Em São Luís, o repúdio aumentou depois da viagem do presidente. Em sete destas capitais o aumento dos que avaliam como ruim ou péssimo o governo Bolsonaro superou a margem de erro da pesquisa
A rejeição ao governo Bolsonaro aumentou em 16 capitais brasileiras, das 26 avaliadas, depois de iniciada a campanha eleitoral para prefeitura, segundo pesquisa do Ibope, divulgada no último fim de semana.
O aumento do desgaste de Bolsonaro se dá na comparação com a primeira pesquisa realizada pelo instituto entre a primeira e a segunda quinzena de outubro. Em sete destas capitais o aumento dos que avaliam como ruim ou péssimo o governo Bolsonaro superou a margem de erro da pesquisa.
Em São Paulo, onde o candidato Celso Russomanno (Republicanos) começou a desabar nas pesquisas de intenção de voto assim que anunciou o apoio de Bolsonaro à sua campanha, a rejeição à administração federal também cresceu.
Em outubro 27% achavam o governo Bolsonaro bom ou ótimo, 48% achavam o governo ruim ou péssimo e 24% achavam seu governo regular. Agora, a percentagem dos que acham o governo bom ou ótimo caiu três pontos percentuais, para 24%. Os mesmos 48% dos entrevistados antes continuam achando o governo Bolsonaro ruim ou péssimo.
A desaprovação de Bolsonaro vem crescendo no país inteiro, tanto por seu descaso com a pandemia e as consequências desta posição negacionista e anticientífica para a vida das pessoas – já são mais de 162 mil mortos pela Covid-19 – quanto pelo desastre econômico em que o país foi mergulhado fruto exatamente da maneira com que o governo federal enfrenta [ou não enfrenta] os problemas.
Nem mesmo a vacina, que é a esperança de todos os povos contra o coronavírus, tem o apoio de Bolsonaro. Ele já disse que não vai comprar a vacina do Instituto Butantan, que mostrou ser mais segura e a que está mais avançada nos testes clínicos no Brasil.
Na capital da Bahia, onde o governo Bolsonaro era avaliado como ruim ou péssimo por 62% dos entrevistados, agora tem seu governo reprovado por 65% da população. A rejeição cresceu três pontos percentuais. Os que achavam o governo Bolsonaro bom ou ótimo na capital dos baianos eram apenas 18% dos eleitores em meados de outubro, agora são 11% os que o aprovam. Houve uma queda de sete pontos percentuais entre os seguidores de Bolsonaro na terra de Castro Alves.
Em São Luís, onde a reprovação de Bolsonaro já era grande – 46% dos moradores da ilha consideravam seu governo ruim ou péssimo -, a viagem do presidente à região, com desprezo e ataques ao povo maranhense e a ironia a um produto natural muito querido na região, o Guaraná Jesus, fez crescer ainda mais o repúdio à sua administração.
A percentagem de moradores de São Luís que consideravam o governo Bolsonaro ruim ou péssimo subiu de 46% para 54%, um crescimento de oito pontos percentuais. Entre os que achavam o governo bom ou ótimo a queda foi de quatro pontos percentuais, de 25% para 21%.
Em Boa Vista, capital de Roraima, onde um senador bolsonarista, líder do governo no Senado, Chico Rodrigues, foi flagrado com R$ 33 mil roubados da verba da pandemia e enfiados nas nádegas, durante uma operação da Polícia Federal, a situação do presidente também azedou bastante. A queda na aprovação de seu governo foi de seis pontos percentuais.
Na capital do Acre, Rio Branco, onde um deputado federal bolsonarista, Manuel Marcos (Republicanos), acaba de ser cassado por corrupção, o número do que acham o governo Bolsonaro ruim ou péssimo cresceu nove pontos percentuais, enquanto a queda dos que achavam o governo bom ou ótimo caiu sete pontos percentuais.
Em Florianópolis, onde o governador eleito na onda bolsonarista em 2018, Carlos Moisés (PSL), foi afastado do cargo por corrupção, a queda da aprovação de Bolsonaro também foi forte. Caiu cinco pontos percentuais, de 28% para 23% os que acham o governo bom ou ótimo e cresceu o número dos que acham o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Foi de 53% para 59% os que consideram ruim ou péssima a administração Bolsonaro.
Em Belo Horizonte, onde o candidato de Bolsonaro não tem a menor chance de ir para o segundo turno, a aprovação do presidente caiu ainda mais. Em outubro 35% dos moradores da capital mineira consideravam o governo Bolsonaro bom ou ótimo. Agora esse número caiu para 31%. Uma queda de quatro pontos percentuais.
O mesmo está acontecendo em Vitória e Cuiabá. Na primeira o número dos que reprovam Bolsonaro subiu sete pontos percentuais. Foi de 51% para 58% a reprovação. Em outubro eram 28% dos capixabas que consideravam o governo como bom ou ótimo. Agora esse número caiu quatro pontos percentuais. Foi de 28% para 24%.
Somente em Palmas houve crescimento acima da margem de erro dos que acham o governo Bolsonaro bom ou ótimo. Cresceu seis pontos percentuais e não se alteraram os que acham seu governo ruim ou péssimo.
Veja os detalhes da segunda rodada de pesquisa