Idosos com restrições no CPF chegam a 18,3% em setembro

Reajuste do INSS está abaixo da inflação

Com reajuste das aposentadorias abaixo da inflação, os aposentados têm enfrentado dificuldades para pagar suas contas. Segundo sondagem do Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC) o mês de setembro fechou com 18,3 milhões de pessoas entre os 50 e os 84 anos que ficaram com restrições no CPF devido aos atrasos de contas.

Em 2018, as aposentadorias acima do salário mínimo foram corrigidas em 2,07%, para uma inflação acumulada em 5,15% no percurso de 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor – terceira idade (IPC-3i), da FGV.

Neste cenário, Brás Ferreira, de 56 anos, tem que fazer uma ginástica para tentar pagar suas contas e manter seu nome limpo. “Faço tudo para não sair do orçamento e não ficar devendo nada. Mas preciso rebolar muito para que dê certo”, disse o aposentado em entrevista à folha de SP. Segundo Brás, os gastos com plano de saúde, remédios, energia e gás são os que mais pesaram neste ano.

Já o metalúrgico aposentado Antonio José dos Santos, de 67 anos, compromete toda a sua renda da aposentadoria com o aluguel, e para sobreviver tem que realizar bicos como pintor e consertos em geral. “Qualquer dinheiro que entra já ajuda. Vou tentar me virar assim antes de pegar um empréstimo, porque vai comprometer minha renda ainda mais e não vou ter como pagar”, disse Santos que vive com a mulher, que é funcionária pública, mas a soma da renda dos dois não permite pagar todas as contas.

Segundo o coordenador do IPC-3i, André Braz, os preços administrados por órgãos públicos, como água e luz, por exemplo, tem pesado no orçamento dos brasileiros e afeta especialmente os aposentados. “Como os idosos acabam passando mais tempo em casa, ficam mais reféns disso. E esse é um gasto difícil de abrir mão, então há pouco espaço para substituir por itens mais baratos, como acontece com a alimentação”, afirmou André Braz, também em matéria da folha de SP.

 

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