4De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), 46% de todos os segmentos da indústria fecharam o ano de 2018 em queda.
“Como assinala o IBGE, metade dos 26 ramos identificados em sua pesquisa ficou no negativo no acumulado de 2018”. “O levantamento do IEDI com 93 segmentos da indústria, realizado a partir de dados mais desagregados do IBGE, mostra igualmente uma profusão de sinais negativos”.
“Destes 93 segmentos, 43 registraram declínio no ano passado (2018), ou seja, 46% do total. Outros 50 conseguiram crescer (54% do total). Em 2017, tinham sido 58 segmentos em alta e 35 em queda. Isto é, a proporção daqueles em retrocesso avançou 23% e aquela dos segmentos com crescimento recuou 14%”, diz documento do Instituto.
Na avaliação do IEDI, “não há plenamente um motor de crescimento econômico em operação a impulsionar a atividade industrial. Isto é, continuam existindo entraves importantes de caráter mais sistêmicos que impedem que a retomada da indústria deslanche. É o caso, por exemplo, do desemprego em patamares elevados, das condições de financiamento não totalmente normalizadas, de investimentos públicos congelados, das inversões em infraestrutura muito insuficientes e de problemas de longa data da competitividade da produção nacional”.
O documento acrescenta ainda que “o resultado foi uma variação de apenas +1,1% da produção industrial em 2018, ou seja, menos da metade daquela de 2017 (+2,5%). O quadro nos últimos meses do ano foi ainda pior do que sugere o acumulado de janeiro a dezembro. No 4º trim/18, a indústria voltou ao vermelho: -1,1% frente ao mesmo período do ano anterior, depois de ter avançado +5% no 4º trim/17. Esta involução tampouco ficou restrita a poucos ramos industriais”.
“Agrava a situação o fato de que, embora pouco mais da metade dos segmentos tenham crescido, nem por isso se livraram da desaceleração. Dos 93 segmentos, 53 registraram um resultado mais fraco do que no ano anterior, ou seja, 57% do total. Esta proporção é mais do que o triplo daquele de verificada em 2017”.
“Geograficamente, o enfraquecimento industrial também foi bastante disseminado: 10 das 15 localidades identificadas pelo IBGE se saíram pior em 2018 do que em 2017”.
“Apesar desta elevada amplitude, o que mais preocupa é que São Paulo, que possui o parque mais diversificado e moderno do país, é um dos líderes do processo, com dois trimestres seguidos de queda que se aprofundou rapidamente, passando de -1% no 3º trim/18 para -3,7% no 4º trim/18. No acumulado do ano, a indústria paulista só evitou o terreno negativo graças aos primeiros meses do ano e, ainda assim, aproximou-se muito da estagnação: apenas +0,8% frente a 2017”, ressalta o IEDI.