Em 2022, “aquele que deveria ser o principal motor do crescimento do país, o investimento, quase não cresceu”, apontou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), ao analisar os dados da atividade econômica brasileira de 2022, divulgados pelo IBGE na última quarta-feira (2).
O Instituto destaca que, com retrocesso da indústria, a economia brasileira deu sequência à sua a trajetória de desaceleração, iniciada na segunda metade do ano passado, voltando a cair no quarto trimestre do ano passado (-0,2%), frente ao trimestre anterior.
Em função do aumento das taxas de juros, a Formação Bruto de Capital Fixo (FBCF), que mede o que investe o país em bens de capital, máquinas, equipamentos e material de construção e outros, caiu 1,1% no quarto trimestre do ano passado, em relação ao terceiro trimestre, o que contribuiu para a variação de alta de apenas 0,9% na FBCF no ano. Segundo o IBGE, a participação do setor de máquinas e equipamentos na FBCF no PIB do ano passado caiu -7,3%.
“Aquele que deveria ser o principal motor do crescimento do país, o investimento, que além de demanda também introduz a necessária modernização na estrutura produtiva do país, quase não cresceu. No ano como um todo, registrou variação de apenas +0,9%; muito disso, como aponta o próprio IBGE, por conta da alta na construção”, escreveu o IEDI, em sua carta intitulada “PIB em 2022: desaceleração com retrocesso industrial”.
“Na passagem do 3º trim/22 para o 4º trim/22, nenhum outro setor se saiu tão mal quanto a indústria, que em seu agregado registrou -0,3%, com ajuste sazonal, ante +0,3% da agropecuária e +0,2% dos serviços. Ainda mais grave foi o quadro da indústria de transformação, com queda de -1,4%, seguida pelo comércio, com -0,9%. Foram os piores resultados do lado da oferta, como as pesquisas mensais do IBGE já apontavam”, afirmou o IEDI.
No ano de 2022, a taxa de investimento – que considera a proporção entre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o Produto Interno Bruto (PIB) – encerrou em 18,8%, enquanto o registrado em 2021 foi de 18,9%.
De acordo com o Instituto, a alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 – após avançar 5,0% em 2021 – se deu “a despeito das várias medidas anticíclicas adotadas pelo governo no contexto da disputa eleitoral, como redução de impostos sobre combustíveis, liberação de FGTS, aumento do Auxílio Brasil, etc”, citou o IEDI, explicando que “a expansão do PIB de 2022 teve assim seu epicentro no setor de serviços, que foi o único a crescer mais intensamente: +4,2% no acumulado do ano, com base na recomposição de sua parcela na cesta de consumo das famílias, devido à retomada das atividades presenciais e da mobilidade das pessoas com o controle da pandemia de Covid-19. O consumo das famílias cresceu +4,3% em 2022”.
O Instituto ressaltou que este fator de dinamismo no setor de serviço “tende, entretanto, a se esgotar, à medida que a demanda reprimida por serviços seja normalizada. E, além disso, porque o poder de compra das famílias também tem se estreitado, não apenas por causa da inflação, mas igualmente em função do aumento das taxas de juros e do seu elevado endividamento, ensejando níveis superiores de inadimplência. Tanto é que no 4º trim/22, na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias (+0,3%) e os serviços (+0,2%) ficaram praticamente estagnados”, observou o Instituto.
Juros altos são utilizados como custo de oportunidade e inviabiliza a produção, o Brasil permite que o próprio agente criador da taxa de juros ofereça a taxa do custo de oportunidade, a taxa utilizada pelas Empresas é a mesma utilizada pelo Governo, fere portanto a separação e equilíbrio entre os poderes, Governo, Empresa e Trabalho…O acionista pode ter um ganho livre, mas não o cidadão comum , poupança de Dilma.