Em dezembro de 2018, a produção industrial registrou queda de -3,6%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No quarto semestre do ano passado, o setor industrial recuou 1,1%. Já no fechamento de 2018, a indústria cresceu 1,1%, “ritmo abaixo do verificado em 2017 (2,5%)”, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta sexta-feira (1º) a Pesquisa Industrial Mensal (PIM Brasil).
Segundo o instituto, o recuo de -3,6% do setor industrial em dezembro de 2018 se deu “com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 62,5% dos 805 produtos pesquisados”.
As quedas mais significativas entre as atividades ocorreram nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,0%) e produtos alimentícios (-7,8%).
De acordo com o IBGE, “entre as grandes categorias econômicas, a redução mais acentuada foi em Bens de consumo duráveis (-14,3%)”.
O IBGE registrou ainda os resultados negativos dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-3,3%) e de embalagens (-2,5%).
O recuo observado no quarto trimestre (-1,1%) “interrompeu o comportamento positivo presente desde o primeiro trimestre de 2017 (1,4%) e permaneceu com a clara perda de ritmo frente aos resultados do primeiro (2,8%), segundo (1,8%) e terceiro trimestres de 2018 (1,2%). A redução na intensidade da produção industrial também foi observada nas quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de consumo duráveis, que passou de 7,1% no terceiro trimestre de 2018 para -3,1% no quarto”.
Os resultados da produção industrial apontam que o setor mais dinâmico da economia continua frágil, assolado que é por juros reais siderais.
“A indústria operou em dezembro num patamar 2,6% abaixo daquele que operava em junho, quando atingiu o ponto mais alto do ano em termos de produção”,afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.
O fraco desempenho da produção industrial afetou a geração de empregos no setor. “O crescimento industrial minguou em 2018 e freou a criação de vagas pelo setor, cuja forma principal de contratação é com carteira assinada. O emprego total da indústria avançou +1,1% em 2017 e somente a metade disso em 2018: +0,6% frente ao ano anterior. Pior ainda foi sua evolução trimestral, pois voltou ao vermelho em out-dez/18: -1,2% ou -141 mil ocupados”, destacou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
“A reação do emprego em 2018 não foi muito significativa. A ocupação cresceu, mas o suficiente apenas para estabilizar a taxa de desemprego que, por sinal, manteve-se em patamar bastante elevado: 12,3%. A perda de dinamismo industrial ao longo do ano passado está na raiz dos resultados insuficientes, sobretudo para o trabalho formal que ainda está no vermelho”, acrescentou o instituto.
VALDO ALBUQUERQUE