As forças do Conselho de Transição do Sul chegaram aos portões do palácio presidencial na cidade imenita de Aden depois de intensos combates que duraram a noite de 29 e madrugada do dia 30. Segundo informa a agência AP os combatentes chegaram aos portões do palácio Maashiq na cidade que abrigava o governo com elementos que haviam sido depostosw por revolucionários Houthis e forças militares iemenitas. Após fugirem para a capital da Arábia Saudita e com apoio desta retornaram e se instalaram na cidade portuária de Aden, ao sul do Iêmen, com apoio norte-americano e saudita que para tentar sustentar o regime fantoche de Aden tem perpetrado uma dramática chacina, bombardeando as regiões governadas pelo governo revolucionário e popular com sede em Sanaa, capital do país.
As informações que nos chegam no momento em que fechamos a edição, são de que o primeiro-ministro do governo imposto Ahmed Obaid Bin Daghar, se prepara para deixar o país.
As forças do Conselho de Transição do Sul já haviam tomado o controle de Aden após dois dias de pesados combates com tropas do regime fantoche presidido por Abed Rabo Hadi, este já fora do Iêmen, na capital saudita de Riad. Os acontecimentos deixam fragilizada a aposta saudita na derrubada do governo popular e instalação de um regime satélite em todo o Iêmen.
A luta causou pelo menos 20 mortos e 130 feridos. Conforme as agências, os rebeldes sulistas conquistaram o apoio dos Emirados Árabes. O objetivo do movimento é a refundação da República Popular do Iêmen, um Estado socialista que existiu desde a descolonização, em 1967, até 1990, com grandes laços com a União Soviética. Em 1990, deu-se a unificação com o Iêmen do Norte sob o governo de Ali Abdullah Saleh.
Antes de cercar o palácio presidencial, o movimento sulista havia exigido a renúncia do primeiro-ministro ligado à Irmandade Muçulmana, sem ser atendido, cansou de esperar e partiu para a ação, desalojando a guarda presidencial a serviço dos sauditas. O norte continua sob controle dos rebeldes houthis xiitas e da Guarda Republicana.
Quatro anos depois da unificação, os iemenitas do sul acusaram o governo do norte de marginalização econômica, corrupção e abusos de poder e eclodiu uma guerra civil que durou cerca de três meses, com cerca de 10 mil mortos. Em maio de 2007, foi a vez da revolta dos aposentados no sul, por não receberem pensões, que evoluiu para protestos generalizados contra a desigualdade e convocações abertas à restauração da soberania. Manifestantes foram reprimidos a tiros, acusados de “apóstatas”. Em 2011, protestos por todo o Iêmen só pararam após a renúncia do presidente Saleh e acordo que levou ao poder Hadi, este também afastado por não dar seguimento às propostas acordadas e que o haviam levado à presidência, levando a sua expulsão e fuga.