Em novembro, índice, conhecido como “inflação do aluguel” registrou alta de 0,59%, mas segue negativo no acumulado do em 3,89%
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,59% em novembro. No mês de outubro passado o índice variou para mais 0,50%. De um mês para outro, observa-se um ligeiro aumento no índice. O desempenho do índice no acumulado do ano é de -3,89% e nos últimos 12 meses de -3,46%, refletindo as variações negativas de meses anteriores dos períodos.
O IGPM é o índice mais utilizado para os ajustes anuais dos contratos de aluguel. Também para contratos comerciais e todas as tarifas públicas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), na quarta-feira,29.
O IGPM, assim como o IPCA, o índice oficial de inflação, entre outros índices de preços, vêm demonstrando que a inflação está em níveis satisfatórios, até mesmo para uma política monetária contracionista que a atual gestão do Banco Central (BC) impõem à economia nacional. A rigor, pelo IGPM, estamos passando por um período de deflação no ano e nos últimos doze meses. Apesar disso, Campos Neto, na chefia do BC, continua sustentando o retardo da redução da taxa Selic, taxa básica da economia, de forma mais acelerada.
O pretenso defensor da inflação baixa, pelo contrário, com a manutenção da Selic em 12,75%, faz no momento uma política, que pela financeirização da economia, aumenta os custos de quem produz, de quem comercializa e de quem presta serviços, insuflando a inflação e corroendo a renda das famílias.
Descontada a inflação, com a Selic no atual patamar, o Brasil tem a maior taxa real de juros do planeta, nada menos do 6,9%, limpinho com apenas alguns cliques, para júbilo dos bancos e outros rentistas. Catapulta a dívida interna que soma ano a ano, apenas juros e mais juros, com nenhum centavo aplicado na produção.
“INFLAÇÃO DO ALUGUEL”
Com o anúncio do IGPM de novembro, cujo acumulado dos últimos doze meses em menos 3,43%, os locatários com data de ajuste anual em novembro devem observar que o valor do aluguéis para os próximos doze meses, devem ser reduzidos nesse percentual.
As trágicas políticas de regulação de preços dos combustíveis, amarrados aos especulativos preços do petróleo imposta à Petrobrás, a chamada PPI, e da ausência de estoques mínimos para regulação do mercado de soja, milho, algodão entre outros produtos agrícolas, mantidos pela gestão Bolsonaro, transformaram o IGPM desde 2020 em um índice tirânico contra os locatários, que tiveram que pagar aluguéis com reajustes de até 35%.
Apesar dos índices negativos do IGPM em vários meses desde 2022, que determinam os ajustes até para menos nos últimos meses, os valores dos aluguéis não retornaram aos preços de 2020. São perdas extremas que continuaram a pesar no custo dos locatários.
O IGPM de 2020 foi de 25,14%, o de 2021 foi de 22,25%, em 2022 o índice ficou em 5,45%. Os -3,89% deste ano são nada de recuperação para quem tem novembro como “aniversário” do seu contrato e não será melhor adiante.
O IGPM é calculado a partir de outros três índices. O Índice de Preços do Produtor Amplo, (IPA) com 60% de participação no cálculo do índice, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) representado por 30% e o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) com 10%.
Quanto ao IPA, “no mês de novembro, observou-se um incremento substancial nos preços de commodities componentes do índice ao produtor. Destacam-se, os significativos aumentos no preço do farelo de soja, ascendendo de 0,51% para 5,41%, e no café em grão, que apresentou uma variação de -1,60% para 6,36%. Salienta-se também a contribuição expressiva do óleo Diesel, com uma elevação de 6,56%”, afirmou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
A influência do IPC no cálculo do IGPM ocorreu por aumentos “sob a influência de fatores climáticos que impactaram negativamente a oferta de alimentos in natura. Entre os destaques, observa-se a variação expressiva na cebola, de -5,20% para 38,53%, e na batata-inglesa, que evoluiu de -5,40% para 20,94%”, assinalou André Braz.
No âmbito da construção civil, o INCC apresentou desaceleração devido à queda de 0,12% nos preços de materiais, equipamentos e serviços, registrou ainda o coordenador do índice.
J.AMARO