IGP-M variou 0,59% no mês e acumula alta de 10,7% em 12 meses
O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) no mês de junho avançou para 0,59%, variação maior do que o mês de maio, quando registrou 0,52%. Com o resultado de junho, o índice acumula alta de 8,16% no ano e de 10,70% em 12 meses.
O IGP-M é parâmetro para o reajuste na maioria dos contratos de locação e é conhecido como “inflação do aluguel”. Como os reajustes nos salários e a renda não acompanham a inflação oficial, medida pelo IPCA (a prévia da inflação de junho foi de 5,65% e, em 12 meses, de 12,04%), a alta do aluguel é uma despesa a mais pesando no bolso do consumidor que já vive com o orçamento apertado com os aumentos dos alimentos, dos remédios, da conta de luz e do gás de cozinha, entre tantas contas que não param de chegar.
O IGP-M é resultado da média ponderada de três outros índices de preços. Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) com 60%, índice Preços ao Consumidor (IPC) com 30% e o índice Nacional da Construção Civil (INCC) com 10%, todos calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ainda em elevados percentuais, o IGP-M continua refletindo o descontrole de preços gerado pelas políticas do governo. Nos combustíveis pela manutenção da política de preços (PPI) da Petrobrás, nas commodities, especialmente agrícolas como soja, carne, café, entre outras, pela falta de políticas de abastecimento interno.
Apesar da alta maior nos preços ao consumidor terem acelerado, houve desaceleração nos preços ao produtor, que possuem o maior peso na composição do IPG-M, mas que ainda deixam o índice que mede a inflação, a moradia do cidadão ou o estabelecimento para o comerciante, à mercê das altas no óleo diesel, por exemplo, que subiu no mês de 3,29% para 6,96%, ou dos automóveis que tiveram alta de 0,57% para 2,31%.
Assim como os sucessivos aumentos da energia elétrica, somados aos custos financeiros das empresas, com a taxa básica da economia, a Selic, que o Banco Central vem subindo há 11 vezes seguidas, desde março de 2021, atingindo a partir deste mês 13,25% ao ano.
O IPA variou 0,30% em junho, ante 0,45% em maio. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -3,96% para -0,84%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,83% em junho, ante 1,04% no mês anterior.
O IPC variou 0,71% em junho, ante 0,35% em maio. Duas das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (-2,57% para 0,65%).
Duas das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (-2,57% para 0,65%).
O INCC subiu 2,81% em junho, ante 1,49% em maio.
Houve uma desaceleração nos preços, de maio para junho, no IPA. No IPC a variação foi no sentido contrário, o mesmo acontecendo com o INCC. Mesmo com o primeiro índice compondo 60% do IGPM prevaleceu, no conjunto dos grupos e subgrupos de preços acompanhados, o aumento do IGPM em 0,59% no mês.
O acumulado IGPM, em 8,16% no ano e de 10,70% em 12 meses, ao se comparar como acumulado do índice no mês de junho de 2021, que foi de 35,75%, poderia trazer algum alento. Mas não traz.
Um locatário, como muitos, que em junho do ano passado teve de “engolir” os 35,75% de aumento do índice, digamos, que foi, por exemplo, de R$ 1.000,00 para R$ 1.357,50, em junho deste ano terá novo aumento do aluguel de mais 10,70%. No acumulado de dois anos teve o aluguel catapultado para R$ 1.520,75 ou 52,08% de aumento.