Variação de 0,37% em setembro foi resultado dos índices ao produtor e ao consumidor que foram fortemente afetados pelo aumento nos preços dos combustíveis, aponta Ibre/FGV
Após meses registrando deflação, o Índice de Preços-Mercado (IGP-M) variou 0,37% em setembro, sob os efeitos do aumento dos preços dos combustíveis. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), nesta quinta-feira (28). No ano, o índice acumula taxa negativa de -4,93% e em doze meses de -5,97%.
O IGP-M é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, por ser o índice usado como referência para reajustes de contratos de locação. É composto por preços ao produtor, construção e consumidor. O índice também é usado nas empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes nas tarifas. Além dos contratos de empresas prestadoras de serviço, como educação e planos de saúde.
Depois de um período em que o índice chegou a acumular quase 40% de aumento ao ano, especialmente durante a pandemia, o IGP-M passou a registrar deflação mês a mês desde meados do ano passado. Com os resultados de setembro – ainda que na comparação mensal tenha havido aumento – o índice acumula queda de 5,97% em 12 meses.
De acordo com o coordenador dos Índices de Preços na FGV, André Braz, o indicador do mês reflete inteiramente reajuste nos combustíveis anunciado em agosto, provocando um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras. ““Os índices ao produtor e ao consumidor foram fortemente afetados pelo aumento nos preços dos combustíveis ocorrido em 16/08, o que se reflete integralmente na apuração do IGP-M de setembro. Ele observa que, caso o diesel e a gasolina não tivessem subido de preço, tanto o IPC quanto o IPA teriam apresentado deflação”, ressaltou André Braz, coordenador dos Índices de Preços.”, diz.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral, subiu 0,41% em setembro, após queda de 0,17% no mês anterior.
No IPA, a alta captada dos preços do diesel foi 20,74% em setembro, antes 4,15% em agosto. Já a gasolina teve aumento de 13,24%, ante variação de 0,77% em agosto.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, avançou 0,27% em setembro, partindo de um recuo de 0,19% em agosto.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,24%, repetindo a taxa de agosto.
Mesmo com a inflação em queda, o Banco Central mantém os juros reais mais altos do mundo, ao reduzir em apenas meio ponto percentual a taxa básica da economia, atualmente em 12,75%, após ficar por cerca de um ano em 13,75% asfixiando os investimentos produtivos e o consumo das famílias.