
Comitê Presidencial Superior de Assuntos da Igreja na Palestina denuncia “campanha sistemática para erradicar a presença cristã” na região
“Um ataque sem precedentes às igrejas da Terra Santa, liderado por um ataque direto ao Patriarcado Ortodoxo em Jerusalém”, denunciou o Comitê nesta quinta-feira (14).
“Essas ações fazem parte de uma política sistemática destinada a desmantelar a autêntica presença cristã na Palestina e despojar a terra de suas instituições religiosas históricas,” declara.
Um evidente crime de genocídio histórico e cultural uma vez que é na região, especialmente Jerusalém, Belém e Nazaré, o nascedouro e as primeiras manifestações do cristianismo que floresceu a partir do martírio de Jesus.
“As autoridades de ocupação israelenses congelaram as contas bancárias do Patriarcado e impuseram impostos incapacitantes e injustos sobre suas propriedades.”
Uma das reclamações de cristãos na Palestina ocupada por Israel, é que as autoridades israelenses obrigam as igrejas históricas de Jerusalém a pagarem impostos exorbitantes para facilitar tomada e entrega de propriedades de igrejas cristãs para grupos de assaltantes de terras judeus.
APELO A TODAS AS IGREJAS
“Tais medidas ameaçam severamente a capacidade da Igreja de fornecer serviços espirituais, humanitários e comunitários, constituindo uma violação flagrante do status quo histórico e uma violação grosseira do direito internacional e dos acordos vinculativos,” escreveu Ramzi Khouri, do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e chefe do ‘Comitê Presidencial Superior para Assuntos da Igreja na Palestina’ em carta para hierarcas das igrejas ao redor do mundo.
E eles reiteraram que “o ataque se estende além do estrangulamento financeiro”. “As terras pertencentes à Igreja Ortodoxa ao redor do Mosteiro de São Gerásimo (Deir Hijleh), perto de Jericó, foram alvo de uma expansão agressiva dos assentamentos,” disse. “Nos últimos dois anos, novos postos avançados de assentamentos ilegais foram estabelecidos na área de Jericó, representando uma ameaça direta ao seu caráter histórico e sagrado e fazendo parte de um plano mais amplo para apagar a identidade cristã e histórica da Palestina.”
“Essas práticas se enquadram na política de ocupação mais ampla que visa mudar a identidade de Jerusalém, apagando seu caráter religioso e cultural e, finalmente, eliminando a presença palestina na cidade.”
A carta escrita por Khouri termina com um apelo às instituições cristãs do mundo todo de “tomar medidas políticas, legais e midiáticas imediatas para deter essas violações e defender a liberdade da Igreja de realizar sua missão espiritual e humanitária.”
Vândalos israelenses têm sido acusados de profanação e ataque a igrejas em vários locais palestinos.
“Proteger as igrejas da Palestina é uma responsabilidade coletiva e uma confiança histórica,” ele disse.