O professor Ildo Sauer, candidato a Reitor da Universidade de São Paulo, vem se destacando na campanha dentro da USP por creditar a crise financeira vivida pela universidade, não apenas à inabilidade administrativa dos atuais dirigentes da instituição, mas também à grave crise econômica, política e moral que se instalou no país. Para ele, a USP “não pode deixar de se posicionar sobre tudo o que está ocorrendo num momento tão grave como este da vida nacional”.
Para o docente, os cortes de verbas e a queda na atividade econômica no país e, particularmente em São Paulo, centro econômico brasileiro, estão estrangulando as finanças das universidades paulistas, que têm os seus orçamentos vinculados ao recolhimento de ICMS. “A USP sempre teve um protagonismo no país e até na América Latina e não pode se eximir de apresentar alternativas à atual política econômica que está afundando o país”, argumentou o professor. “Temos que recuperar o prestígio e o protagonismo de nossa universidade, que foram abalados nos últimos anos”, acrescentou.
Ildo Sauer é uma das maiores autoridades em energia do país e foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás entre 2003 e 2007. Ele foi um dos primeiros a denunciar os desmandos da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, cometidos na estatal petroleira. Ildo Sauer, que desfez contratos com termoelétricas lesivos à Petrobrás, assinados na administração de FHC, teve que bater de frente também com Dilma quando os ilícitos envolvendo o aventureiro multimilionário Eike Batista e o cartel das empreiteiras começaram a aparecer. Ele acabou sendo afastado do cargo por não transigir com os malfeitos. Agora ele quer colocar toda a sua experiência administrativa e na superação de conflitos para dirigir a maior universidade brasileira e uma das maiores da América Latina.