O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi filmado pelas câmeras de segurança do Aeroporto de Brasília carregando uma mochila onde estavam outras joias que foram recompradas para devolver ao acervo público após terem sido roubadas pelos membros do antigo governo e vendidas em Miami, Estados Unidos.
“O restante das joias foi recuperado por MAURO CESAR CID no dia 27/03/2023, quando de sua viagem a cidade de Miami, nos Estados Unidos. Após recuperar os bens, MAURO CID retornou imediatamente ao Brasil, chegando na manhã do dia 28/03/2023, na cidade de Brasília/DF, local em que repassou as joias para OSMAR CRIVELATTI”, relatam os investigadores.
“Da mesma forma, a operação encoberta permitiu que, até o presente momento, as autoridades brasileiras não tivessem conhecimento que os bens foram alienados no exterior, descumprindo os normativos legais, com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-Presidente JAIR BOLSONARO, e posteriormente recuperados para serem devolvidos ao Estado brasileiro”, prossegue.
O presente dado pela Arábia Saudita em 2019 também era composto por outras joias, como um anel, uma caneta, um par de abotoaduras e um rosário islâmico. Essas peças foram separadas do Rolex de ouro branco para serem vendidas. Todo o conjunto foi levado para os Estados Unidos pela comitiva presidencial de Jair Bolsonaro.
A caneta, o anel, o par de abotoaduras e o rosário islâmico foram vendidos em lojas de Miami.
Depois da determinação do TCU, Mauro Cid viajou para os Estados Unidos com o objetivo único de recomprar as joias vendidas. Em 26 de março de 2023, Mauro Cid embarcou para os Estados Unidos. No dia 28, Cid voltou para o Brasil carregando o conjunto, exceto o relógio, em uma mochila. Em Brasília, ele “repassou as joias para Osmar Crivelatti”, outro assessor de Bolsonaro.
O conjunto completo, incluindo o anel, foi entregue por Bolsonaro à União em 4 de abril.
Em sua decisão ao autorizar a operação de busca e apreensão contra Cid, seu pai, Mauro Lourena Cid, e o advogado Frederick Wassef, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do caso, diz:
“Mais uma vez, há robustos elementos de prova no sentido que os bens extraviados, provavelmente com o uso do avião presidencial em 30/12/2022, foram objeto de verdadeira Operação resgate, com objetivo de esconder o fato de que haviam sido alienados”.
Leia a íntegra da decisão de Alexandre Moraes com base no relatório da PF