Grupo fascista ligado a Bolsonaro agrediu ministro chamando-o de “bandido, comunista e comprado”. Ao pedir respeito aos baderneiros, o filho de Moraes foi agredido no rosto
As imagens enviadas pelas autoridades italianas do episódio de agressão de um grupo de bolsonaristas aos familiares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não deixam dúvidas de que os fascistas provocaram o ministro e agrediram seu filho no aeroporto de Roma. As imagens (foto acima) confirmam as denúncias feitas pelos familiares de Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal (PF) analisou as imagens compartilhadas por autoridades italianas e concluiu que o empresário bolsonarista do interior de São Paulo, Roberto Mantovani bateu com “hostilidade” no rosto do filho de Moraes. A conclusão desmente a narrativa dos bolsonaristas. O jovem afirmou aos investigadores que ‘pediu respeito’ e advertiu que ‘medidas legais cabíveis’ seriam tomadas. É nesta hora que Mantovani o agride acertando seus óculos.
Em depoimento à PF, Moraes narrou que avisou ao empresário provocador e a seus familiares que iria fotografá-los para que fossem identificados e responsabilizados pela agressão. O ministro também afirmou que foi chamado de ‘bandido’ pelo corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto, genro de Mantovani.
Segundo Alexandre de Moraes, que estava com sua família no aeroporto romano, a confusão começou quando Andreia Munarão se aproximou dele e o chamou de “bandido, comunista e comprado”. Em seguida, Roberto Mantovani teria passado a gritar e dado um tapa nos óculos do filho do ministro, que também se chama Alexandre. A discussão continuou e os agressores teriam seguido a família até a sala VIP do aeroporto.
Cabe agora ao ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, decidir sobre o caso. Ele levantou o sigilo dos autos, mas até o momento mantém a íntegra das imagens do aeroporto em sigilo. “Não há razão para expor envolvidos e terceiros que aparecem nas cenas captadas”, justificou. Toffoli autorizou a defesa a assistir ao vídeo, mas negou a extração de cópias, ou seja, os advogados podem marcar um horário para ver a gravação, mas não podem levar consigo com uma versão.