A organização humanitária espanhola Proactiva Open Arms, que resgata refugiados no Mediterrâneo, denunciou que a guarda costeira líbia deixou morrer uma mulher e um menino, após o afundamento da embarcação em que tentavam chegar à Europa. Refugiados. Uma camaronesa de cerca de 40 anos, de nome Josepha, que por dois dias ficou à deriva ao lado dos dois corpos, no bote praticamente desinflado, foi salva e atendida a bordo, conforme a France Presse.
As embarcações da Open Arms estão proibidas pelo governo italiano de levar para portos do país os refugiados que resgata, como já ocorreu com os 60 que ficaram vários dias esperando até serem aceitos pela Espanha. Roma acaba de estender até a barcos militares europeus a proibição de desembarque de refugiados resgatados no mar.
No Twitter, o fundador da Open Arms, Oscar Camps, publicou uma foto em que se vê o cadáver da mulher e da criança. O barco espanhol estava realizando buscas perto do litoral da Líbia, de onde parte a maior parte dos imigrantes e refugiados com destino à Europa.
Camps acusou a guarda costeira, que dissera ter interceptado um barco com 158 pessoas a bordo e lhes prestado assistência, de ocultar que “deixou abandonados a duas mulheres e um menino e ainda afundou o barco por não quererem subir a bordo da nave líbia”.
Segundo a equipe médica espanhola, Josepha está traumatizada e tem sintomas de hipotermia. Para Camps, essa é “a conseqüência direta de contratar milícias armadas para fazer o resto da Europa crer que a Líbia é um país e um Estado seguro”. A Guarda Costeira líbia se negou a discutir as denúncias.
De acordo com o relato do líder do barco humanitário, “quando chegamos, encontramos uma das mulheres ainda com vida, mas não pudemos fazer nada pela outra mulher e o menino, que parecem ter morrido poucas horas antes”. “Quanto tempo mais teremos que lidar com assassinos alistados pelo governo italiano para matar?”, completou.