A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta segunda-feira (6), os indicadores econômicos do mês de maio. Segundo a entidade, apesar do faturamento real (+11,4%), horas trabalhadas na produção (+6,6%) e a utilização da capacidade instalada (69,6%) crescerem após terem registrado, em abril, o pior resultado da história recente, os impactos da crise provocada pela pandemia da Covid-19 “seguem perversos”. O emprego manteve-se em queda e a massa salarial e o rendimento médio pago aos trabalhadores caíram pelo segundo mês consecutivo.
“O elevado crescimento de maio não foi suficiente para reverter a queda acumulada de abril. O faturamento real segue 18,2% abaixo do registrado em fevereiro e horas trabalhadas na produção caíram 15,8% na mesma comparação. A ociosidade segue bastante elevada: apesar da alta de 2,6 pontos percentuais, a UCI segue abaixo dos 70%, patamar até então inédito na série histórica do índice”, diz a CNI.
As altas no mês de maio refletem a retomada da atividade industrial, após as paralisações ocorridas em diversas plantas industriais em março e em abril, quando as medidas de distanciamento social foram necessárias para barrar o avanço da Covid e salvar vidas.
Porém, para o trabalhador da indústria, nem o mês de maio, com a volta da atividade industrial, o resultado foi positivo.
O emprego industrial caiu 0,8% em maio, considerando a série dessazonalizada. É a quarta queda consecutiva do índice, que acumula recuo de 3,6% no período. Na acumulado no ano até maio, na comparação com igual período de 2019, o emprego recuou 2%.
“A massa salarial paga aos trabalhadores da indústria caiu 8,1% em maio, na série dessazonalizada. Após registrar alta de 5,3% em março, por conta do aumento das demissões e o consequente pagamento das verbas rescisórias, a massa salarial acumula queda de 16,5% em abril e maio. A massa salarial acumulada em 2020 até maio é 4,9% inferior à paga em igual período de 2019”, segundo a pesquisa.
O rendimento real pago aos trabalhadores recuou 6,5% em maio, após queda de 7% em abril. O rendimento real havia crescido 5,9% em março, devido ao aumento das demissões e o pagamento das verbas rescisórias. O rendimento médio real pago em 2020 até maio é 3% inferior ao pago em igual período de 2019.