As importações de gasolina em 2017 cresceram 53,81%, de janeiro a novembro, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Foram 4.122.733 milhões de m³ contra 2.680.942 milhões de m³ em 2016.
O óleo diesel também teve um vertiginoso aumento de 62,77% no ano passado, na mesma comparação. O volume importado foi de 11.698.630 milhões de m³ contra 7.187.420 milhões de m³ em 2016.
O aumento das importações está estritamente ligado à política de preços de venda dos derivados de petróleo pela Petrobrás para as distribuidoras dos produtos. Por decisão do presidente da companhia, Pedro Parente, a estatal vem estabelecendo seus preços com base na cotação internacional dos produtos, ainda que tenha margem para comercializá-los a preços menores.
Com essa política, Parente permite que as concorrentes da BR Distribuidora, como a Shell e a Ipiranga, importem gasolina e diesel, prejudicando os consumidores, a economia nacional e a própria Petrobrás. Por outro lado, cresce a exportação de petróleo bruto em prol das multinacionais que se esmeram em abocanhar o pré-sal brasileiro. Assim como cresce a ociosidade nas refinarias, que já atinge mais de 25%.
Os investimentos para ampliar a capacidade do parque nacional de refino foram deixados para trás pelos governos do PT/PMDB, aprofundando a dependência externa, para o gáudio das refinarias das multinacionais, especialmente americanas que vem abocanhando crescente fornecimento dos derivados.
Em 2012, a presidente da Petrobrás, Graça Foster decidiu suspender a construção das refinarias Premium no Maranhão e no Ceará. Em janeiro de 2015, Aldemir Bendini, então presidente da estatal, hoje preso pela Lava Jato, afirmou no Relatório da Administração 2014: “Decidimos encerrar os projetos de investimento para a construção das refinarias Premium I e Premium II”. E na mensagem do mesmo relatório enfatizou: “Estamos revendo nossos investimentos com o objetivo de priorizar a área de exploração e produção de petróleo e gás, nosso segmento mais rentável”.