Alta de 219% em relação ao mesmo período de 2023
A mineradora Vale registrou um lucro de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre deste ano, segundo balanço divulgado pela companhia. O resultado equivale a uma alta de 219% frente ao mesmo período de 2023, quando lucrou R$ 4,57 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o lucro avançou 65%.
No segundo trimestre a mineradora marcou uma receita líquida de R$ 51,7 bilhões, o que corresponde a uma alta de 8,3% em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano passado. Com base nos resultados, a Vale irá pagar R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprio aos seus acionistas.
A empresa comemora, ainda, o aumento na sua produção de minério de ferro, que subiu 2,4% no trimestre de abril e junho ante a mesma base de comparação de meses de 2023. No segundo trimestre, a Vale produziu 80,598 milhões de toneladas de minério de ferro. As vendas da commodity, por sua vez, subiram 7,3%, para 79,792 milhões de toneladas.
BRUMADINHO E MARIANA: FAMILIARES CLAMAM POR JUSTIÇA
Privatizada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a Vale do Rio Doce, hoje chamada apenas de Vale, deixou para trás seu passado ilibado de responsabilidade social e ambiental, para figurar nas páginas policiais de jornais pelo “mundo afora”, por sua participação na criminosa tragédia em Mariana (considerado o maior impacto ambiental já registrado na história deste país) e Brumadinho (o maior impacto social já registrado no Brasil ), ambos municípios de Minas Gerais.
Em 2019, o rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, da Empresa Vale S.A, em Brumadinho, causou a morte de 272 pessoas e espalhou resíduos de minério pela bacia do Rio Paraopeba, atingindo 26 municípios, além de Brumadinho.
Na quinta-feira (25) familiares marcaram a data de 5 anos e 6 meses da tragédia-crime, ação que ocorre mensalmente desde março de 2019 em memória das vidas interrompidas e da incessante busca por justiça. Organizado pela AVABRUM (Associação dos Familiares e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – Brumadinho), “além de homenagear as 272 vidas ceifadas no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, o ato é um grito por justiça”, afirmam os familiares. “Até hoje ninguém foi responsabilizado. Três vítimas ainda não foram localizadas“.
O rompimento da Barragem do Fundão, da Empresa Samarco, em Mariana (MG), em 2015, vitimou 19 pessoas e derramou rejeitos químicos pelo Rio Doce, atingindo cidades mineiras e capixabas em 5 de novembro de 2015. Na época, a Vale detinha 50% da ações da empresa Samarco, os outros 50% pertenciam à mineradora anglo-australiana BHP.