Índice avançou 4,5% de julho a setembro deste ano e aumentou 25,4% na comparação com mesmo trimestre do ano passado
A dificuldade das famílias brasileiras pagarem suas dívidas cresceu em setembro pelo terceiro mês consecutivo, segundo a Boa Vista. O Indicador de Registros de Inadimplentes avançou 4,5% de julho a setembro deste ano em relação ao trimestre anterior e subiu 25,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em setembro, a alta foi de 2,1% em relação a agosto. No ano, acumula aumento de 16,3%. Em doze meses até setembro, o índice de inadimplência acumula alta de 15,2%, um salto em relação a agosto (12,3%).
“A tendência de alta nos registros ainda é forte e deve ser mantida até o final do ano em função do baixo nível de renda real dos trabalhadores e dos juros maiores”, avalia o economista Flávio Calife da Boa Vista.
Com a carestia corroendo a renda dos brasileiros, a deflação verificada nos últimos meses, puxada pelos preços administrados pelo governo Bolsonaro, principalmente dos combustíveis, às vésperas das eleições, não foram suficientes para aliviar o bolso do trabalhador.
A inflação de alimentos acumula alta 9,54% no ano e em 12 meses atinge 11,71%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado na terça-feira (11) pelo IBGE ficou em 7,17%.
Colocar comida na mesa ainda é a primeira opção para milhões de brasileiros que estão adiando o pagamento de dívidas e/ou se endividando ainda mais para conseguir até comprar comida, pagar a luz, a água e o gás de cozinha.
De acordo com pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em setembro deste ano, o total de lares com dívidas no Brasil atingiu o recorde de 79,3%, a terceira alta seguida, sendo que, sobre as famílias de menor renda, o índice é ainda maior, um recorde histórico de 80,3%. O total de famílias com contas em atraso, inadimplentes, atingiu a marca histórica de 30% no mês passado.