São 64,25 milhões de brasileiros que não conseguem pagar as dívidas e contas básicas, como água e luz, segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
No Brasil governado por Bolsonaro, quase 40% da população adulta brasileira não conseguem pagar dívidas e contas básicas. O levantamento mensal de inadimplência realizado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que, em setembro, 64,25 milhões de pessoas estavam negativadas – ou seja, com restrições no CPF geradas pelo não pagamento de dívidas. Esse é o maior número já registrado pela pesquisa, que começou há 8 anos.
Rendas arrochadas, falta de emprego formal, carestia e juros nas alturas são os fatores econômicos que levaram a população a este quadro de endividamento e inadimplência e condenam as famílias e o Brasil à restrição ao consumo.
De acordo com as instituições financeiras, houve crescimento de 37,94% no número de dívidas em comparação com setembro do ano passado. A maior parte dos brasileiros continua devendo para os bancos – incluindo cartão de crédito, cheque especial e empréstimos, respondendo por 61,18% das dívidas. A novidade é o aumento de pessoas que deixaram de pagar contas de consumo básico, como água e luz, que agora somam 10,51% dos débitos em atraso.
De acordo com a CNDL e SPC Brasil, o brasileiro deve, em média, R$ 3.688,96 e leva cerca de dez meses para conseguir quitar as dívidas e limpar a nome.
“A puxada dos juros foi forte, saímos de um piso histórico para uma taxa muito alta. Combinada com a inflação, causa um impacto para as famílias honrarem seus compromissos, principalmente os mais pobres”, comenta Fábio Bentes, economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC) ao O Globo.
Especialistas afirmam que a os programas do governo – lançados às vésperas das eleições – como a liberação de crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil ou a acesso ao FGTS, resolvem o problema imediato, mas só afogam ainda mais as famílias.
“As famílias estão contraindo uma dívida para subsistência, para sobreviver, o que vai ter impacto imediato, porque já na próxima parcela o auxílio vem com o desconto, e vai fazer falta. É um crédito sem orientação”, afirma Paola Carvalho, diretora de Relações Institucionais de Rede Brasileira de Renda Básica (RBRB).
Para agravar a situação das famílias brasileiras, Bolsonaro promete arrochar ainda mais os salários dos trabalhadores e dos aposentados, com seus planos vazados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Depois de quatros sem reajuste nos salários, querem impor um arrocho monstruoso, confiscando os salários e aposentadorias, desvinculando da inflação oficial.