Bancos concentram a maior parte das dívidas em atraso
O número de brasileiros com contas atrasadas subiu em julho, segundo o indicador de inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com a pesquisa, quatro em cada dez brasileiros adultos (41,25%) estavam negativados no mês, o que representa 67,98 milhões de pessoas. Em julho, cada negativado devia, em média, R$ 4.358,95.
Em relação a julho do ano passado, o percentual de inadimplentes teve aumento de 0,38%. Na comparação com junho, o número de devedores subiu 0,01%.
“Com a reversão nas expectativas a respeito da taxa de juros e o Banco Central sinalizando que pode até haver alta na Selic, a expectativa é de que o número de inadimplentes se mantenha alto e o acesso ao crédito diminua”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa.
A taxa básica de juros (Selic) definida pelo Banco Central parou de cair, se mantendo em patamar astronômico (10,50%) e os bancos pressionam pela elevação dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, elevando os custos não só para os consumidores, que pagam altas taxas nos empréstimos, cartões e financiamentos, assim como os custos para as empresas, reduzindo as vendas, a produção e a geração de novos empregos. Em junho, as vendas no comércio recuaram 1,0%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de dívidas em atraso por setor credor concentra a maior parte das dívidas nos Bancos, com 64,82% do total. Comércio com 10,76%, o setor de Água e Luz com 10,30%, Comunicação com 6,31% e Outros com 7,81% compõem as demais dívidas.
A base de dados do SPC abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 estados da federação, incluindo ainda o Distrito Federal.