Um incêndio de grandes proporções voltou a atingir a Área de Proteção Ambiental (Apa) de Alter do Chão, no município de Santarém, no Pará. O fogo começou no sábado (14) e até a tarde desta segunda-feira (16) ainda não havia sido controlado.
A polícia investiga a origem criminosa do fogo, que, segundo testemunhas, teria sido ateado por uma pessoa da comunidade Ponta de Pedras, dentro da Apa de Alter de Chão.
O Governo do Pará solicitou ao Comando Militar do Norte deslocamento de aeronaves e reforço da Força Nacional para ajudar no combate à queimada.
Alter Chão é uma vila balneária distante 37 quilômetros por via terrestre de Santarém, oeste do Pará, e a 1.373 quilômetros da capital do estado, Belém. O balneário é o principal ponto turístico da região, conhecido como Caribe da Amazônia. O fogo atingiu uma área de mata perto da margem do rio Tapajós.
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Santarém, tenente coronel Ney Tito Azevedo, o local onde as chamas foram avistadas na noite de domingo é de difícil acesso. No local, não há sinal de telefone celular, o que também prejudica a comunicação e trabalho das equipes. A estratégia para chegar à área é por via fluvial e terrestre, por estrada alternativa.
De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1° de julho a 15 de setembro deste ano, o município de Santarém, onde Alter está localizado, teve um aumento de 160% no total de focos de queimadas na comparação com o mesmo período de 2018.
QUEIMADAS
Na quinta-feira (12), o governo estadual do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência, pois a região sofreu com cerca de um milhão de hectares destruídos pelas queimadas em pouco mais de um mês. A publicação entrou no Diário Oficial.
A maior parte da área atingida do local abrange municípios do Pantanal, região que já enfrenta 45 dias de estiagem.
De todo o país, o município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, é o que concentra o maior número de focos de incêndio neste mês, num total 634 de acordo com o Inpe. Somente na quarta-feira (11) foram registrados 254 pontos de calor, o maior índice nacional.
Durante todo o mês, foram 1.579 focos de incêndios no estado, sendo o maior índice já registrado desde 2008. Neste ano, os focos de incêndio começaram a se intensificar em agosto, e a situação ficou mais grave por conta do longo período de estiagem, com baixa umidade e altas temperaturas, que ultrapassaram os 40 ºC em alguns municípios.
CHAPADA DOS GUIMARÃES
Os atrativos do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, foram fechados por causa das queimadas que atingem a região. Segundo o Instituto Chico Mendes (ICMBio), a medida foi tomada pensando na segurança dos visitantes.
Não há previsão para a reabertura do parque, que há mais de duas semanas tem sido destruído pelos incêndios. A estimativa, porém, é de que o fogo já tenha consumido 5 mil hectares de vegetação. A prefeitura do município de Chapada dos Guimarães alegou estado de emergência.
Os dados apontam que cerca de 13% do parque já foram consumidos pelas chamas. O combate ao fogo fica mais difícil por fatores como o forte calor, baixa umidade do ar e os ventos fortes.