Incêndios florestais que assolaram Portugal no domingo (15) e na segunda-feira mataram ao menos 36 pessoas, e há ainda dezenas de feridos e um número não confirmado de desaparecidos. A calamidade forçou moradores a deixarem cidades e vilarejos, de acordo com as autoridades locais. 17 bombeiros e seis civis sofreram queimaduras durante os trabalhos de extinção dos incêndios.
Nas redes sociais, uma foto dramática tirada por um bombeiro, Helio Madeiras, na localidade de Vieira de Leiria no domingo chamou a atenção. Os incêndios foram espalhados por fortes ventos desencadeados pela tempestade Ophelia, que chegou à península ibérica. Foi o pior desastre do tipo desde a queimada de junho que matou 64 pessoas em Pedrogão Grande.
De acordo com a porta-voz da Defesa Civil portuguesa, Patrícia Gaspar, as mortes aconteceram em áreas de vegetação densa no norte e no centro do país, em meio a temperaturas de mais de 30º Celsius e seca prolongada. O governo do primeiro-ministro Antonio Costa decretou calamidade pública em todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização dos meios para conter os incêndios e pediu ajuda europeia. Os incêndios mais graves ocorreram nas serras que rodeiam Coimbra (cidade de 134 mil habitantes), mas as queimadas se estenderam a Valença, Viana do Castelo, Braga e Viseu.
Na Espanha, bombeiros encontraram os corpos de duas mulheres dentro de um carro queimado em uma estrada. A terceira vítima foi um idoso que tentava salvar os animais de sua fazenda. Na província de Vigo, escolas foram fechadas nesta segunda-feira em decorrência do fogo. Na Galícia, foram mais de 130 focos de incêndio.