Um acordo firmado nesta quarta-feira com o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF) permitirá que o povo indiano tenha acesso a 100 milhões de doses da vacina Sputnik V contra o avanço do coronavírus ainda neste ano.
Conforme o documento firmado pela empresa farmacêutica indiana Dr. Reddy’s Laboratories com a RDIF, as doses poderão a começar a ser entregues no final de 2020, estando sujeitas à conclusão de testes bem-sucedidos – que já se encontram na fase III – e ao registro da vacina pelas autoridades reguladoras.
Para Kirill Dmitriev, diretor-geral do RDIF, a parceria com a Dr. Reddy, uma das principais empresas farmacêuticas da Índia, é fundamental, pois o país está entre os mais gravemente prejudicados pela covid-19. “A Índia está entre os países mais severamente afetados pelo coronavírus e acreditamos que nossa plataforma de vetor duplo de adenovírus humano fornecerá uma opção segura e cientificamente validada para o país na batalha contra o vírus”, acrescentou. Além do país asiático, o RDIF fechou parcerias estratégicas com mais de 18 países, somando mais de US$ 40 bilhões.
“A vacina Sputnik V pode fornecer uma opção confiável em nossa luta contra o coronavírus na Índia”, declarou G V Prasad, diretor-geral do Dr.Reddy. Segundo Prasad, “os resultados da Fase I e II mostraram-se promissores, e agora conduziremos os testes da Fase III para atender os requisitos dos reguladores indianos”.
De acordo com o professor Sergey Tsarenko, médico-chefe Adjunto de Anestesiologia e Reanimação em Moscou, “os principais critérios para avaliar uma vacina são segurança e eficácia, garantidas pelo Sputnik V”.
Em 11 de agosto, a vacina Sputnik V desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya foi registrada pelo Ministério da Saúde da Rússia e tornou-se a primeira vacina registrada do mundo contra o Covid-19 com base na plataforma de vetores adenovirais humanos.
Em 4 de setembro, um artigo de pesquisa sobre os resultados dos ensaios clínicos fase I e fase II da vacina Sputnik V foi publicado na The Lancet, uma das principais revistas médicas internacionais, demonstrando que não houve nenhum efeito adverso grave e uma resposta imune estável em 100% dos participantes. Testes clínicos pós-registro da vacina envolvendo 40.000 voluntários encontram-se em andamento. Mais de 55.000 voluntários se inscreveram para participar de testes pós-registro. Os primeiros resultados estão previstos para serem publicados entre o final de outubro e novembro.
No Brasil, o Paraná e a Bahia fecharam acordo para receber a vacina russa.