O secretário de Relações Exteriores da Índia, Harsh Vardhan Shringla, afirmou, nesta quinta-feira (21), que o governo indiano autorizou a exportação da vacina AstraZeneca para o Brasil. As 2 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19, que são fabricados pelo Instituto Serum da Índia e levam o nome de Covishield, devem chegar ao país neste sábado (23).
O uso emergencial da vacina AstraZeneca, pedido pela Fiocruz, foi liberado pela Anvisa no último domingo (17).
O avião com a Covishield embarca amanhã, as 19h45 pelo horário de Brasília. De lá, o carregamento será enviado para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para ser etiquetado e armazenado.
“O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de sexta-feira, começando pelo Brasil e Marrocos, seguidos pela África do Sul e Arábia Saudita”, disse Harsh Vardhan, em entrevista à agência Reuters.
Segundo o secretário, o fornecimento comercial da vacina começará a partir de amanhã, de acordo com o compromisso do primeiro-ministro, Narendra Modi, de que as capacidades de produção da Índia sejam utilizadas por toda a humanidade para combater a pandemia. “Seguindo essa visão, respondemos positivamente aos pedidos de fornecimento de vacinas manufaturadas indianas de países de todo o mundo, começando pelos nossos vizinhos”, disse Vardhan Shringla, referindo-se aos suprimentos gratuitos.
“O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de amanhã, começando pelo Brasil e Marrocos, seguidos pela África do Sul e Arábia Saudita”, acrescentou.
O governo indiano suspendeu a exportação de doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização no fim de semana passado. No início desta semana, a Índia iniciou a exportação das vacinas, mas o Brasil não estava na lista. Os imunizantes foram enviados gratuitamente para países vizinhos, incluindo Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal.
Os imunizantes do Instituto Serum foram adquiridos pelo Ministério da Saúde em janeiro deste ano. O objetivo da compra de apenas 2 milhões de doses era o de iniciar a vacinação com o imunizante da AstraZeneca, que tem como parceira no Brasil a Fiocruz que é ligada ao governo federal, ao invés da CoronaVac, do Instituto Butantan de São Paulo e do laboratório chinês Sinovac.
As expectativas do governo Bolsonaro, no entanto, foram frustradas, já que o governo indiano ainda não havia liberado a exportação de imunizantes.