Índia integra o amplo conjunto de países que não se curvaram diante das pressões da Casa Branca para exercer sanções contra a Rússia
O governo indiano abriu negociações para duplicar a importação do petróleo russo com as entregas da empresa Rosneft, informou a agência Bloomberg na segunda-feira (6).
De acordo com a agência, “as empresas petrolíferas estatais [indianas] buscam obter os suprimentos mais lucrativos da corporação Rosneft, uma vez que os agentes internacionais estão se rejeitando a cooperar com Moscou”.
O ministro das Relações Exteriores da Índia Subramaniam Jaishankar condenou a postura da Europa ao ficar “silenciosa em muitas questões” e apelou para ela abandonar a mentalidade de “problema nosso é problema do mundo”. “Se estamos falando no assunto de quem está em silêncio em que ponto e em que assunto, eu diria que há muitas questões na Ásia em que a Europa ficou calada”, frisou Jaishankar, apontando a tentativa de envolvê-la no conflito entre Rússia e Ocidente.
Conforme as fontes, as empresas estatais estão trabalhando coletivamente para assinar e cumprir novos contratos de seis meses para fornecer o petróleo russo para a Índia. Mais informações sobre o volume e os preços ainda estão em debate, enquanto os bancos indianos foram acionados para garantir completamente o financiamento de todas as entregas.
Entre as petrolíferas estatais da Índia estão as empresas Indian Oil Corp, Hindustan Petroleum e Bharat Petroleum, enquanto a Reliance Industries e a Nayara Energy, que pertence em parte à russa Rosneft, são as processadoras privadas.
Pelos cálculos de especialistas, a Índia comprou mais de 50 milhões de barris de petróleo russo do final de fevereiro ao início de junho, superando em cerca de 20% o volume das entregas de todo o ano passado. Só no mês de maio deste ano, foram 28 milhões de barris. Mais do que o triplo do total importado em igual período do ano passado (7,2 milhões). Ou seja, as aquisições indianas estão se acelerando.