José Mauro Coelho defendeu também a entrega de campos e a privatização de ativos, como as refinarias, a Gaspetro e o Gasoduto Bolívia-Brasil
O indicado por Bolsonaro para presidir a Petrobrás, José Mauro Ferreira Coelho, tomou posse na quinta-feira (14) e defendeu a política de preços implementada pela direção da estatal que atrela os preços dos derivados de petróleo, no país ao barril de petróleo no mercado internacional e ao câmbio. Política que elevou o Brasil a um dos países que tem o preço da gasolina, por exemplo, entre as mais caras do mundo e que impulsionou a inflação ao maior patamar dos últimos 28 anos no mês de março.
“A prática de preços de mercado é condição necessária para a criação de um ambiente de negócios competitivo, para a atração de investimentos e de novos agentes econômicos no setor, expansão da infraestrutura do País e a garantia do abastecimento”, disse Coelho, em seu discurso de posse, em cerimônia transmitida virtualmente no site da Petrobrás.
Foi o terceiro presidente da Petrobrás, indicado por Bolsonaro. Entre as mudanças de presidente da estatal, Bolsonaro fez cena contra a alta nos preços dos combustíveis, mas manteve os preços dolarizados, em prejuízo dos brasileiros, donos do petróleo, e em prol dos acionistas, na maioria estrangeiros, com pagamentos bilionários em dividendos.
O discurso de Ferreira Coelho é mais do mesmo, atrair os especuladores estrangeiros, acelerar o chamado “desinvestimento”, com a venda de campos maduros de petróleo, e privatizando dos ativos da estatal, como as refinarias e as subsidiárias no setor de gás natural, a Gaspetro e o Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).
“A Petrobrás segue comprometida com os desinvestimentos no setor de refino do petróleo. Em nossas refinarias, trabalharemos para o aumento da eficiência energética, aumento da eficiência operacional e ambiental. E aqui, um valor fundamental: a segurança”, declarou.
Segurança só se for para o cartel e os acionistas estrangeiros que vêm se beneficiando com os preços dolarizados, enquanto a economia patina, com a inflação galopante, desemprego elevado e a renda do brasileiro desabando.