IBC-Br é considerado uma “prévia” do PIB
Em abril, a atividade econômica do país cresceu 0,56%, após queda de 0,14% em março, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, divulgado nesta sexta-feira (16). O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado oficialmente pelo IBGE.
O cálculo do PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, pelo IBGE é diferente do IBC-Br, que considera o nível de atividade da indústria, comércio, serviços, agropecuária e o volume de impostos, mas sem avaliar o lado da demanda – item que compõe o cálculo do PIB do IBGE.
Com os juros altos inibindo o crédito e o consumo das famílias, o início do segundo trimestre de 2022 seguiu ruim para a indústria, o comércio varejista e o setor de serviços. Na passagem de março para abril, a produção industrial recuou -0,6%, as vendas do comércio varejista ampliado ficaram -1,6% em baixa e o volume do setor de serviços. que maior peso tem no PIB, tombou em -1,6%.
No primeiro trimestre deste ano, conforme divulgou o IBGE, o PIB cresceu 1,9% frente ao trimestre imediatamente anterior. O resultado positivo foi impulsionado pela agropecuária que teve uma alta de 21,6%. Por outro lado revelou a fraca demanda de consumo de bens e serviços no país.
Sob uma escorchante taxa de juros (Selic) de 13,75% ao ano, o consumo das famílias praticamente não saiu do lugar, ao variar em alta de 0,2% no período. O consumo do governo também ficou próximo de ZERO (+0,3%). Neste quadro de demanda fraca, a Indústria recuou -0,1% no primeiro trimestre deste ano contra o quarto trimestre de 2022. O Comércio variou em alta de 0,3% e Serviços cresceu apenas 0,6% no mesmo período.
Nos quatro primeiros meses deste ano, o IBC-BR registra alta de 3,88% e, em doze meses até abril, um crescimento de 3,43%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal, ou seja, não considera as variações típicas para determinados meses do ano. Já na comparação anual, o Banco Central informou que o indicador está em alta de 3,31%.
O BC prevê um crescimento de 1,2% do PIB este ano no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março. Já o governo estima oficialmente uma expansão de 1,91%. Esta semana, o presidente Lula declarou que o PIB pode crescer 2,5% este ano.