Carne e café são os principais símbolos de insatisfação dos brasileiros, entre milhões de postagens, segundo FGV/Daap
A carestia imposto pelo desgoverno Bolsonaro vem revoltando os brasileiros que vem usando as redes sociais para protestar contra a explosão dos preços dos alimentos, dos combustíveis, entre tantos outros produtos.. Um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Daap) mostra que o preço da carne e do café passaram a ocupar os principais tópicos nas redes e se tornou um dos principais símbolos da insatisfação dos brasileiros.
A pesquisa foi encomendada e divulgada pelo O Globo na segunda-feira (4).
“O que se fala nas redes e vai influenciar as pesquisas de opinião adiante, o que está dominando as conversas hoje, é o impacto da inflação na vida das pessoas. Esses dados remetem ao retrocesso de ganhos que as pessoas tiveram”, afirma Marco Antonio Ruediger, coordenador do levantamento do Daap.
Entre 29 de março e 30 de junho, o Twitter registrou, sozinho, 1,94 milhão de postagens sobre a inflação. Alta dos combustíveis, do botijão de gás e dos alimentos foram os principais temas. Nas 447,1 mil postagens verificadas especificamente sobre o preço dos alimentos, a carne e o café se destacam.
“O café está na mesa da família que se reúne todas as manhãs, é consumido pelo sujeito que para no boteco para tomar uma média com pão na chapa antes de ir para o batente. É um produto profundamente associado ao trabalho, à produtividade e à rotina da população. Já a carne está no churrasco que agrega as famílias e os amigos depois da pelada de domingo”, ressalta o pesquisador.
Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o preço do café subiu 65,41% nos últimos 12 meses. A carne bovina subiu 38% até maio. Por conta dos preços, 55% dos brasileiros deixaram de consumir carne vermelha no dia a dia, aponta pesquisa realizada pela agência FSB.
“O questionamento do brasileiro que está frustrado com os preços vai direto ao ponto: como a gestão pública está trabalhando para aumentar minha condição de sustento? Não tem como reverter isso (indignação) em três meses (até o primeiro turno)”, avalia o sociólogo da FGV. “Não tem um caso eleitoral no mundo em que a inflação não jogou um peso muito grande contra o presidente incumbente quando ela está crescendo”.
A pesquisa foi encomendada e divulgada pelo O Globo na segunda-feira (4).