Brasil cai para 15ª lugar na produção global e recua para 31º lugar na lista dos exportadores de bens industriais, aponta CNI
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o “Desempenho da Indústria no Mundo”, divulgado nesta sexta-feira (14), aponta que o Brasil perdeu posição no ranking mundial. Entre 2020 e 2021, a participação do Brasil na produção mundial da indústria de transformação caiu de 1,31% para 1,28%, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). É o menor percentual dos últimos 31 anos e coloca o Brasil na 15ª colocação no ranking mundial.
No caso da produção, o Brasil foi ultrapassado pela Turquia e, entre os exportadores, está atrás da Indonésia. A perda de posições da indústria brasileira no ranking mundial é reflexo do esvaziamento de políticas concretas de fomento para o setor nestes últimos 4 anos de governo Bolsonaro, do processo de desindustrialização no país, além do desestímulo aos investimentos por conta dos altos juros, os maiores do mundo.
De acordo com a CNI, a participação do Brasil na produção mundial da indústria de transformação vem em tendência de queda desde 1996. No entanto, o país se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo, 7até 2014. Hoje ele se encontra na 15ª posição no ranking, atrás da Turquia.
Em agosto deste ano, a produção industrial brasileira caiu 0,6%, frente a julho, obtendo o pior resultado da série histórica para o mês desde 2018, de acordo com o IBGE. Em doze meses, o setor acumula queda de -2,7%. A indústria brasileira está atuando 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% atrás do nível recorde alcançado em maio de 2011.
EXPORTAÇÕES
No campo das exportações, a indústria brasileira também perdeu posições. Com o crescimento tímido de 0,77% para 0,81% no ano passado, segundo estimativa da CNI, o Brasil saiu do 30º para o 31º lugar entre os maiores exportadores do mundo.
De acordo com o estudo da CNI, as exportações mundiais caíram 5,3% em 2020. No Brasil, o ritmo de queda nas exportações em 2020 representa mais que o dobro da média mundial (12,6%). As expectativas, em relação a 2021, são de crescimento de 20,4% para as exportações mundiais e de 26,3% para as do Brasil. No entanto, o aumento estimado pela CNI não deve ser suficiente para manter ou posicionar melhor o país no ranking mundial. “Apesar do aumento, o percentual está abaixo do registrado antes da pandemia de Covid-19 e não nos permite afirmar que o país conseguirá reverter a tendência de queda iniciada em 2012”, disse o gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.
O estudo também analisou os 11 principais parceiros comerciais do país: Alemanha, Argentina, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Itália, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido. Entre eles, a China registrou o melhor desempenho na produção e na exportação de bens industriais.
“Entre os 11 principais parceiros comerciais do Brasil, a China teve o melhor desempenho tanto na produção como nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2021. Em relação à participação nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação, o país registrou aumento de 17,10%, em 2020, para 18,43%, em 2021, segundo estimativa da CNI, e lidera o ranking. Já na participação no valor adicionado da indústria de transformação mundial, entre 2020 e 2021 a China teve um aumento de 30,08% para 30,45%”, ressaltou a CNI no site.