
“Com o crédito mais caro, a demanda cai, influenciando a atividade do setor”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo
Prejudicada pelos altos juros, a indústria da construção começa a mostrar recuo nos níveis de atividade e confiança. Elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada na sexta-feira (27), mostra que o índice de evolução da atividade da indústria da construção registrou 47 pontos em maio em relação a abril. O indicador varia de 0 a 100 pontos e quando abaixo da linha divisória dos 50 pontos, indica retração.
“Nos últimos meses, a indústria da construção vem desacelerando, principalmente por conta da taxa de juros elevada. Muitas vezes, os consumidores deste setor precisam financiar suas compras. Com o crédito mais caro, a demanda cai, influenciando a atividade do setor”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O impacto do recuo da atividade do setor já se estende pela Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que chegou ao sétimo mês consecutivo em 67%. Um ano antes, estava em 69%.
CONFIANÇA RECUA PELO 6º MÊS CONSECUTIVO
A pesquisa consultou os empresários do setor para determinar que o índice de confiança recuou pelo sexto mês consecutivo, parando em 47,5 pontos após os resultados de maio.
O Índice de Condições Atuais encolheu 0,4 ponto de abril para maio, para 43,6 pontos. “O movimento se deve à percepção ainda mais negativa dos empresários sobre o momento da economia em relação ao último semestre”, avalia a pesquisa.
“Em junho, o Índice de Expectativas caiu 1,2 ponto, levando o indicador de um estado de otimismo para um estado de pessimismo. Agora em 49,5 pontos, o índice reflete a piora das expectativas dos industriais para a economia e os próprios negócios nos próximos seis meses”, prossegue.
O índice que mede a intenção de investimento dos empresários da construção foi outro índice que recuou junto da confiança. Agora em 42,8 pontos, após recuo de 0,7 ponto percentual, o indicador ainda permanece acima da média histórica, mas já refletindo a situação econômica atual.