O emprego nas indústrias do estado de São Paulo encolheu em 38,5 mil postos em 2018 – revela pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na sexta-feira (18).
O número superou as demissões de 2017, quando 34 mil vagas já haviam sido encerradas e apontam que a manutenção da política de desvalorização dos salários, corte nos investimentos e retirada de direitos apenas aprofundou ainda mais a crise econômica e contribuiu para o encolhimento do setor e para o desemprego.
Apenas em dezembro, o expressivo número de 34,5 mil trabalhadores perderam seus empregos no estado que detém mais de 30% da produção industrial de todo o país. Isso, além de representar um balanço de 2018, também é um prognóstico do que os empresários industriais esperam para 2019 – já que houve praticamente uma demissão em massa no último mês do ano.
José Ricardo Roriz, 2º vice-presidente da Fiesp, comenta que o setor precisa reduzir o nível de ociosidade das linhas de produção para atingir melhores níveis de emprego.
“A ociosidade hoje é muito grande na indústria paulista, algo em torno de 30% a 35%. Assim que ela começar a ser reduzida, vai trazer junto a alta na geração do emprego. Em um primeiro momento, voltará ao funcionamento máquinas e equipamentos parados. Em seguida, as empresas vão desengavetar seus projetos e investimentos”, disse. Para isso, é claro, será necessário aumentar a demanda, ou seja, o consumo.
Entre os 22 setores acompanhados pela pesquisa, 15 tiveram resultado negativo para o emprego e apenas 7 positivo.
Refletindo a demanda fraquíssima por conta do desemprego e do arrocho salarial, foi a indústria de produtos alimentícios que mais demitiu em 2018: 14.625 trabalhadores. Em seguida, vem a indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios, com 10.684 postos a menos e, a de couro e calçados, com redução de 6.460.