Alimentos tiveram queda pelo quarto mês consecutivo, diz IBGE
Ainda sob pressão do reajuste dos preços dos combustíveis e serviços monitorados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, os preços haviam acelerado 0,23%.
Com os dados do mês passado, a inflação oficial do país passa a acumular alta de 3,5% no ano. Em 12 meses, o IPCA ficou em 5,19%.
Os preços de seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em setembro. O maior impacto positivo (0,29 p.p) e a maior variação (1,40%) vieram de Transportes, seguido por Habitação (0,47% e 0,07 p.p.).
A principal contribuição para o aumento continua sendo o preço da gasolina, que subiu 2,8% em setembro, contribuindo com 0,14 pontos percentuais para o índice geral. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a maior pressão veio de Transportes, cuja inflação foi de 1,1% – enquanto o preço dos alimentos, itens com maior peso na composição do IPCA, permanece em deflação há quatro meses.
A gasolina é o subitem do IPCA que mais aumentou em 2023, com um aumento acumulado de 16,18% no ano. A variação nos últimos 12 meses é de 16,57%. O preço do diesel subiu 10,11% no mesmo período, enquanto o gás natural aumentou 0,66% e o etanol registrou uma queda de 0,62%.
A pressão imediata vai para o grupo de Transportes, mas o aumento dos preços dos combustíveis pode ser repassado para outros produtos – como alimentos – que dependem de frete para chegarem aos consumidores.
Ainda em Transportes, os preços das passagens aéreas em setembro também tiveram importante participação, com aumento de 13,47%.
Outro impacto entre as altas foi do grupo de Habitação, com crescimento de 0,47% de setembro em relação a agosto. Com a maior contribuição do grupo, a energia elétrica residencial teve alta de 0,99%.
A partir dos preços da gasolina e energia elétrica, a inflação dos preços monitorados (estabelecidos por contrato ou pelo setor público) teve alta de 1,11% em setembro – passando a acumular alta de 10,21% em 12 meses.
Por outro lado, Alimentação e Bebidas – que detém o maior peso no IPCA (21,1% em setembro), teve queda de 0,71% em setembro. É o quarto mês consecutivo de deflação, acumulando queda de 2,65% nos preços neste período no período. Os produtos in natura, que compõem o sub-grupo Alimentação em Casa, foram os que tiveram as quedas mais importantes, com queda de 1,02% no mês e de 4,01% nos últimos quatro meses. Os preços para Alimentação Fora de Casa, contudo, ainda resistiram, com aumento de 0,12% no mês.
Veja o resultado dos grupos pesquisados pelo IBGE:
Alimentação e Bebidas: -0,71%;
Habitação: 0,47%;
Artigos para o Lar: -0,58%;
Vestuário: 0,38%;
Transportes: 1,40%;
Saúde e Cuidados Pessoais: 0,04%;
Despesas Pessoais: 0,45%;
Educação: 0,05%;
Comunicação: -0,11%.