O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 0,87% em dezembro e fechou o ano de 2021 com alta acumulada de 17,78%, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), divulgados nesta quarta-feira (29).
Conhecido popularmente como inflação do aluguel, o IGP-M é composto pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – indicadores influenciados pelas oscilações do dólar e cotações internacionais de produtos primários, como commodities, combustíveis e metais. Com a forte desvalorização do real frente ao dólar – fruto da instabilidade política e econômica que o governo Bolsonaro colocou no país – o IGP-M acelerou rapidamente ultrapassando os dois dígitos na pandemia, e chegou ao recorde de 31,12%, em 12 meses até agosto 2021.
Diante disso, inquilinos começaram a defender a retirada do IGP-M de seus contratos de aluguéis, por ele não refletir a realidade do povo brasileiro que ao longo destes últimos anos não ganhou nenhum reajuste real em seus salários.
Em dezembro, a maior contribuição para o resultado do IGP-M partiu do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGPM, que subiu 0,95% em dezembro, após queda de 0,29% em novembro.
“O resultado deste mês foi influenciado pela aceleração dos preços de bovinos (11,69%), reflexo da demanda doméstica e da retomada das exportações e, pela aceleração dos preços de safras afetadas por geadas e seca, como café (12,52%) e cana-de-açúcar (2,83%). Esses últimos itens também ajudam a explicar a elevação de 20,57% acumulada pelo IPA em 2021. Os preços da cana-de-açúcar avançaram 57,13% no ano, enquanto o preço do café subiu 152,35%, no mesmo período”, afirmou o Coordenador dos Índices de Preços, André Braz.
Os contratos que fazem aniversário em janeiro de 2022 terão reajuste de 17,78%. Para janeiro, os proprietários decidirem repassar integralmente o índice, um aluguel de R$ 2.500, por exemplo, passará a ser de R$ 2.944,5.
Atualmente, se debate na Câmara dos Deputados um projeto de lei que busca limitar os reajustes dos contratos de locação ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). No entanto, o IPCA é outro indicador que disparou no governo Bolsonaro, diante dos aumentos pelo governo dos preços dos combustíveis e da conta da energia. Segundo o IBGE, a inflação oficial está acima dos dois dígitos, 10,74%, em 12 meses até novembro.