A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar para 12,25% a taxa básica de juros (Selic) é “irresponsável, insana e desastrosa para o país”.
A elevação de um ponto percentual é a terceira consecutiva desde setembro. Em três meses, os juros subiram de 10,5% para 12,25% ao ano.
“É irresponsável, insana e desastrosa para o país a decisão do BC de elevar da taxa básica de juros para 12,25%”, escreveu Gleisi.
“Não faz sentido nem seria eficaz para evitar alta da inflação, que não é de demanda. Nem para melhorar a situação fiscal, muito pelo contrário. Esse 1 ponto a mais vai custar cerca de R$ 50 bilhões na dívida pública”, explicou a dirigente partidária.
“E não faz sentido para um país que precisa crescer e continuar gerando empregos”, criticou.
Na avaliação de Gleisi, “o BC está ignorando o esforço e sacrifício do governo em tomar medidas fiscais, que já estão no Congresso, para limitar o crescimento da despesa”.
“Mas é o fecho da trajetória nefasta do bolsonarista Campos Neto no BC, responsável pela criminosa sabotagem à economia do país nos dois primeiros anos do governo Lula. Sufocou a economia e o crédito e não cuidou da especulação com o câmbio, que era sua obrigação combater. Já vai tarde Campos Neto. Espero que seu terrorismo fiscal também seja suplantado daqui pra frente”, completou.
Em 2025, o Banco Central terá Gabriel Galípolo, indicado por Lula, como presidente. Assim como todos os demais membros do Copom, ele votou pelo aumento dos juros.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) publicou uma nota apontando que “a elevação do ritmo de aumento da taxa básica de juros acende um alerta sobre seus impactos econômicos”, pois “o acréscimo da Selic tende a restringir investimentos, prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico, o emprego e a renda”.
“A FIEMG manifesta sua profunda preocupação com a decisão do Copom, ressaltando que juros excessivamente altos podem gerar mais danos à economia do que oferecer soluções eficazes. Defende, assim, cortes urgentes na Selic como medida essencial para estimular o setor produtivo e evitar um ciclo de estagnação econômica”, continua a entidade.