É a política de Washington contra a Rússia que arrasta Kiev ao confronto, denuncia Sarah Wagenknecht
“A continuação da política norte-americana de intervir para manter a Ucrânia sob seu domínio, estacionando bases da CIA e de outras unidades militares em Kiev só faz prolongar e elevar o risco de acirramento do conflito”, declarou a deputada Sarah Wagenknacht, do BSW, uma dissidência do partido Die Link (A Esquerda que tem evitado se manifestar sobre o conflito e a participação alemã nele).
“Esta guerra poderia, com certeza, ter sido evitada se houvesse o cuidado de não ultrapassar as linhas vermelhas estabelecidas pela Rússia. Estas preocupações deveriam ser consideradas”, disse a deputada alemã em entrevista à rede alemã ZDF, divulgada na quarta-feira, dia 18.
“As hostilidades não haveriam nem iniciado. Teria sido melhor, teria sido evitado muito sofrimento”, acrescentou Sarah.
Sahra Wagenknecht, que lidera o partido Aliança Razão e Justiça, tem proclamado que o governo alemão deveria contribuir com esforços diplomáticos pela paz (como ocorreu no governo Angela Merkel, através dos acordos de Minsk, depois sabotados pelos governos dos EUA, França e Alemanha, conforme os próprios chefes de governo assumiram); e não contribuir para a escalada como vem fazendo.
Ela tem sido uma das vozes mais críticas contra o envio de armas alemãs ao regime de Zelensky.
“Desse jeito, a continuação do conflito é completamente previsível”, destacou, “uma corrida armamentista deve ser prevenida, ao invés disso devemos trabalhar por mais controle nos armamentos e exercer uma política favorável ao desarmamento”.
Em outro recente pronunciamento, no mês de outubro, ela já havia denunciado a “política ocidental” como “extremamente perigosa” e insistido nos “esforços diplomáticos”, ao comentar o plano de paz apresentado pela China e Brasil, no mês de maio. Na ocasião, Sarah afirmou que a Alemanha deveria exercer pressão sobre Kiev para fazer o regime se comprometer com negociações de paz com Moscou.
“Sem isso podemos chegar a um confronto entre a Otan e a Rússia, podendo o atrito se transformar em uma guerra nuclear”, alertou.