O ingresso dos inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Douma, na Síria, para efetuar uma missão de investigação sobre o suposto ‘ataque químico’, foi adiado por decisão do órgão, após incidente em que a equipe de segurança enviada ficou sob fogo de armas leves e uma multidão cercou o local, na quarta-feira 18.
A OPAQ está trabalhando com a polícia militar russa, que é a garantidora do acordo de retirada dos jihadistas de Douma, para avaliar a segurança das suas equipes e como levar a bom termo a missão. O ‘ataque químico’ foi usado como pretexto pelos EUA para violar a Carta da ONU e a lei internacional.
“[A equipe] estava sob fogo e um explosivo foi disparado”, disse o diretor-geral da OPAQ, Ahmet Uzumcu, em um comunicado em 18 de abril. Um oficial de segurança sírio foi ferido durante uma troca de tiros que se seguiu ao incidente, de acordo com declaração do exército russo. Por enquanto, não se sabe quem estava por trás dessa emboscada. A equipe de segurança retornou a Damasco.
“Este incidente ressalta novamente o ambiente extremamente volátil em que a missão de investigação deve funcionar e os riscos de segurança que nosso pessoal enfrenta”, acrescentou Uzumcu.
O início dos trabalhos da missão da OPAQ já havia sido retardado pelo ataque com mísseis contra a Síria de sábado 14, cometido pelos governos Trump, May e Macron. A Rússia vinha denunciando desde março que estava em preparação, pelos bandos jihadistas a soldo de Washington e Riad, de encenação com “armas químicas” para tentar culpar o governo legítimo sírio e dar às potências ocidentais uma desculpa esfarrapada para novo crime de guerra.
Foi a Síria e a Rússia que pediram à OPAQ o envio de missão de investigação dos fatos no terreno, enquanto no Conselho de Segurança EUA e vassalos se negaram a aprovar resolução de apoio à missão da OPAQ.