Para presidente do Senado, é óbvio que a instabilidade política gera alta no dólar e combustível
Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), os ataques contínuos de Bolsonaro contra a democracia brasileira e suas instituições também atingiram o real, que se desvalorizou fortemente frente à moeda americana, hoje acima dos R$ 5 por dólar. Nesta sexta-feira (1), Pacheco afirmou que a instabilidade política é um dos principais fatores para o aumento do preço dos combustíveis e cobrou um ‘viés social’ da Petrobrás.
“É óbvio que estamos vivendo essa situação por conta de instabilidade política e essa instabilidade institucional que acaba gerando problemas no câmbio. Nós temos uma desvalorização do real em 2020 em torno de 30% em relação ao dólar, o que é alto e isso acaba pressionando diversos setores da economia e também o setor de combustíveis”, disse Pacheco em entrevista à Rádio Gaúcha.
“Não é lacrando nas redes sociais, fazendo discursos intempestivos, gerando instabilidade e crise onde não tem que vamos resolver os problemas. Isso não vai levar o Brasil a lugar nenhum. Estamos precisando de união, respeito, responsabilidade, otimismo e trabalho. Vamos trabalhar que a gente dá conta de resolver os problemas do Brasil”, disse o presidente do Senado, considerando que “o ponto alto da crise, o ponto de estresse maior foi controlado”.
O senador também ponderou que a Petrobrás, como empresa pública, não deveria buscar apenas o lucro e distribuir dividendos, mas também ter o olhar social. “Ela tem que gerar lucros evidentemente e tem que distribuir dividendos, mas tem que ter papel social e estabilização dos preços dos combustíveis, porque isso tem função no Brasil para conter a inflação”, disse.
Litro da gasolina ultrapassa R$ 7 nas regiões Norte, Sudeste e Sul
O preço do litro da gasolina continua acima dos R$ 7 nas regiões Norte, Sudeste e Sul do país, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao todo, o preço da gasolina acumula no ano 54,71% nas refinarias da Petrobrás.
A cotação média da gasolina comum nas bombas atingiu R$ 6,092 por litro nesta semana, ante R$ 6,076 na semana anterior. Em algumas regiões, o combustível pode ser encontrado ao preço máximo acima dos R$ 7, caso do Norte, R$ 7,130 , Sudeste, R $ 7,159 o litro, e Sul, 7,236 o litro. No Centro Oeste, a gasolina foi encontrada a R$ 6,869, e no Norte ao preço de R$ 6,899.
Os produtos produzidos pela estatal, por decisão do governo Bolsonaro, são atrelados à política do Preço de Paridade de Importação (PPI), isto é, tem como principal fator de alta o dólar, aliado ao aumento do petróleo no mercado internacional, e os custos que os importadores têm com a importação dos combustíveis. Em síntese, essa política é um absurdo e abusiva para os brasileiros, que vivem num país produtor de petróleo que tem plena capacidade de refinar seus derivados. Ou seja, os preços dos combustíveis não são baratos no Brasil porque Bolsonaro quer manter os altos ganhos dos acionistas privados da estatal e dos importadores de derivados de petróleo norte-americano.
A pesquisa da ANP também mostrou altas nos valores do etanol e do óleo diesel continuam elevados, a R$ 4,715 por litro e R$ 4,707 por litro, respectivamente. O preço máximo do óleo diesel pode ser encontrado a R$ 6,199 e o do etanol R$ 7,099. Na quarta-feira, 29, o preço do óleo diesel subiu 8,9% nas refinarias, acumulando alta no ano de 50,9%.
O preço médio do botijão de gás de 13 kg na semana de 19 a 25/09/2021 ficou em R$ 98,70, atingindo no Centro Oeste a máxima de R$ 135,00, segundo a ANP. Já o gás GNV (gás natural veicular), combustível que é diferente do GLP e pode ser usado em automóveis, o preço médio ficou em R$/m³ 4,138, e o máximo R$/m³ 5,799.
O preço médio do botijão de gás de 13 kg na semana de 19 a 25/09/2021 ficou em R$ 98,70, atingindo no Centro Oeste a máxima de R$ 135,00, segundo a ANP. A este custo, famílias mais carentes acabam comprando alguns litros de álcool em postos de combustíveis para fazer fogareiros à lenha – prática que tem levado ao aumento de acidentes domésticos no país. Brasileiros têm chegado aos hospitais com queimaduras graves após explosão de inflamáveis.
O gás GNV (gás natural veicular), combustível que é diferente do GLP e pode ser usado em automóveis, o preço médio ficou em R$/m³ 4,138, e o máximo R$/m³ 5,799.