Com novos aumentos da taxa básica de juros (Selic) em curso, o cenário econômico para 2022 será ainda mais recessivo do que o ano de 2021. Essa é a conclusão de economistas ligados a bancos e consultorias financeiras, cuja previsão de crescimento mediano do PIB brasileiro para 2022 é de apenas 0,4%.
Segundo a pesquisa do Valor Econômico, divulgada nesta quinta-feira (6), entre as 105 instituições financeiras e consultorias consultadas, 26 casas projetam um recuo da atividade econômica neste ano, outras 13 preveem estagnação do Produto Interno Bruto (PIB).
O maior banco privado do país, o Itaú Unibanco, estima queda de 0,5% do PIB em 2022, contra uma alta de 0,5% da atividade econômica, por conta do aumento dos juros, da inflação e do desemprego.
Entre as previsões de quedas estão:
· Persevera (-2,0%)
· Exploritas (-1,2%)
· Fator (-1,0%)
· Reag Investimentos (-0,8%)
· Truxt Investimentos (-0,8%)
· Apex Capital (-0,6%)
· Itaú Unibanco (-0,5%)
· Credit Suisse (-0,5%)
· Opportunity (-0,5%)
· Genoa Capital (-0,5%)
· ASA Investments (-0,5%)
· ABC Brasil (-0,5%)
· Trafalgar Investimentos (-0,5%)
· Greenbay Investimentos (-0,5%)
· A.C. Pastore & Associados (-0,5%)
· Haitong (-0,4%)
· Pantheon Macroeconomics (-0,4%)
· Planner (-0,4%)
· SM Managed Futures (-04%)
· Itaú Asset Management (-0,3%)
· Quantitas (-0,3%)
· Sul América (-0,2%)
· Rio Bravo Investimentos (-0,2%)
· Armor Capital 45% (-0,2%)
· J.P. Morgan 4,6% (-0,2%)
· Kínitro Capital (-0,2%)
Após o tombo de 4,1% do PIB em 2020, os economistas projetam um crescimento econômico em 2021 de 4,5%. No entanto, eles avaliam que a economia brasileira teve um desempenho ruim, não deixando bases para um possível crescimento neste ano.
Com o aumento da Selic pelo Banco Central de 2% para 9,25% ao ano, com aval de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, os efeitos negativos sobre a economia foram imediatos, provocando quedas nos investimentos e no consumo das famílias. A elevação do juro só não fez cair a inflação.
O aperto monetário é apontado como um dos responsáveis pela queda na produção industrial, nas vendas do comércio varejista e no setor de serviços nos início do quarto trimestre do ano passado. No segundo e terceiro trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto ficou negativo, respectivamente, em 0,4% e 0,1%.
O quarto trimestre iniciou com quedas na produção industrial, nas vendas do comércio varejista e no setor de serviços e em novembro a produção industrial brasileira caiu registrando a sexta queda consecutiva.