Instituto João Goulart divulga nota de repúdio à fala de Bolsonaro

João Goulart Filho, presidente do Instituto João Goulart e Fernando Santa Cruz (fotomontagem HP)

O Instituto João Goulart, presidido por João Vicente Goulart, filho de Jango, divulgou nota, assinada por outras entidades, repudiando a fala de Bolsonaro na segunda-feira (30) na qual o chefe do Executivo debochou do assassinato de Fernando Santa Cruz, perpetrado pela ditadura em 1974.

Bolsonaro disse que se Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, e filho de Fernando, quisesse, ele poderia dizer como teria ocorrido a morte de seu pai. No dia seguinte Bolsonaro afirmou que o então militante da Ação Popular teria sido morto por seus próprios companheiros.

Desmentido pela Aeronáutica e por outros órgãos do governo, Bolsonaro recebeu o repúdio de amplos setores da sociedade brasileira.

Segue a nota divulgada pelo Instituto João Goulart

“O senhor Jair Bolsonaro afirmou na segunda-feira (29) saber as circunstâncias do desaparecimento forçado e da ocultação do cadáver, em 1974, do funcionário público Fernando Santa Cruz. Seu dever é, portanto, revelar essas informações à Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Lei 9.140) e à Justiça, para que a sociedade e, sobretudo, a família de Fernando Santa Cruz, possam encerrar uma busca que já dura mais de 40 anos.

É preciso, ainda, que ele venha a público dizer se possui informações sobre outros casos de mortos e desaparecidos políticos, e que apresente suas fontes e as provas do que diz.

Como se sabe, os arquivos das Forças Armadas se mantêm fechados até hoje, ao mesmo tempo em que os agentes da ditadura sustentam um pacto de silêncio sobre as graves violações de direitos humanos cometidas no período de 1964-1985. Assim, caso ele não revele as informações que possui, estará utilizando a cadeira da Presidência da República para acobertar crimes contra a humanidade, e, por isso, deve ser responsabilizado.

Do contrário, caso ele não tenha conhecimento de informações sobre os crimes que levaram à morte e ao desaparecimento de mais de 400 militantes de resistência à ditadura, então esta terá sido apenas mais um declaração leviana, irresponsável e cruel de Bolsonaro, pela qual ele deve ser igualmente responsabilizado”.

Assinam:

INSTITUTO JOÃO GOULART

COLETIVO RJ MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA

EQUIPE CLÍNICO-POLITICA DO RIO DE JANEIRO

FILHOS E NETOS POR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA

OCUPA DOPS

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