O jornal O Globo teve acesso a documentos que revelam, com mais profundidade, a ação dos CACs, os Clubes de Caçador, Atirador e Colecionador, existentes no País, através de documentos que tinham como objetivo golpear a democracia brasileira após as eleições de 2022.
Mensagens extraídas de celulares, depoimentos de testemunhas e relatórios policiais revelam que integrantes da categoria planejaram atentados, participaram armados de bloqueios em rodovias, atiraram contra policiais e também estavam entre os manifestantes presos em Brasília após os ataques golpistas na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro.
George Washington de Oliveira Sousa, Atirador e Colecionador (CAC) junto ao Exército, em novembro de 2021, um mês após emitir seu certificado percorreu quase 1.300 quilômetros de Xinguara, cidade no Sul do Pará onde morava, até Goiânia para comprar armas — e ficou animado com as ofertas que encontrou: “Dá para começar uma guerra, hein!”, escreveu a um amigo, em conversa obtida pela Polícia Civil do Distrito Federal.
O plano era evidente pelas mensagens apuradas: “Vamos precisar, viu? (…) Se roubarem a eleição do Bolsonaro, o Brasil vai entrar em uma guerra civil”, respondeu o interlocutor, um pecuarista com terras no Pará e réu por crimes ambientais.
Pouco mais de um ano depois, em 24 de dezembro de 2022, George Washington foi preso por tentar plantar uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília em represália à derrota de Bolsonaro nas urnas. Em sua caminhonete, a polícia apreendeu um fuzil, duas espingardas, dois revólveres, três pistolas e mais de 3 mil cartuchos de diferentes calibres — tudo registrado pelo Exército em seu nome.
Em depoimento poucas horas após a prisão, Washington contou que, se o atentado fosse bem-sucedido, o armamento seria repassado “a outros CACs que estavam acampados no QG do Exército”.
Os CACs armados, no estado de Rondônia, fizeram bloqueios numa rodovia importante do estado e obrigaram comerciantes a fecharem seus estabelecimentos após a derrota de Bolsonaro.
Testemunhas contaram ao Ministério Público que, nas semanas posteriores às eleições, Omar Roberto Sadeg, Alexandro Rosa de Miranda, Silvestre Silva Werling e Ronivon Dias Borges — todos atiradores esportivos certificados pelo Exército residentes em Colorado do Oeste, no Sul do estado — se juntaram para proibir o tráfego de veículos na BR-435, principal rota da produção agrícola da região.
Estavam organizando guerrilhas de extrema direita através dos CACs.
o cacs nada mais é que uma quadrilha amparada por uma legislação esdrúxula, que bolsonaro turbinou na intenção de atrair apoio da direita radical. deveria ser revogada a Lei que dá a essa caterva o privilégio de adquirir armas pesadas . no Brasil não existe caça, o que esses bandidos querem é caçar gente, criar um estado de anarquia, o caos total.