Investimentos caem 2,7% no 4º trimestre de 2019

Foto: Agência Brasil

Setor de máquinas e equipamentos encolheu nos últimos três meses do ano e fechou o trimestre com um tombo de -9,2%

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) fechou com queda de -2,7% no quarto trimestre de 2019, frente aos três meses anteriores, já descontada as variações típicas para o período (dessazonalizada).

Esse é o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2016, quando o Indicador mensal FBCF do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mede os investimentos em máquinas, construção civil e outros ativos fixos, constatou queda de -5,7% nos investimentos para o mesmo período daquele ano.

Segundo o pesquisador do Ipea, Leonardo Carvalho, “o indicador de investimentos recuou em outubro, novembro e dezembro. São três meses de queda, o que acende um sinal amarelo”, alertou.

“Não é mais uma coisa pontual de um mês, o que seria uma volatilidade normal. E, abrindo o desempenho, a queda não foi concentrada em um setor em dezembro, foi espalhada”, explicou Carvalho.

Em dezembro, os investimentos de máquinas e equipamentos tiveram retração de -6,8%. A construção civil teve variação negativa de -1,6% e os outros ativos fixos, queda de -1,2%.

No último trimestre, o consumo aparente de máquinas e equipamentos, que corresponde a produção nacional menos exportações mais importações, recuou -9,2% na comparação como terceiro trimestre. O indicador de construção civil também demostrou queda no período, -2,4%.

Assim, os investimentos encerraram 2019 com alta de 2,1%, no acumulado em doze meses de 2019 ante um resultado de 4,2% no ano anterior – números medíocres para um País no qual dizem que se recuperou da pior crise de sua historia, iniciada em 2014.

Em dezembro de 2013, o indicador do Ipea apontava 187,76 pontos, resultado bem distante dos atuais 143,92 constatados pelo instituto em dezembro de 2019.

A FBCF mede o aumento de bens de capital das empresas, aqueles bens que têm a função de produzir outros bens, como máquinas, equipamentos e material de construção. E assim, mostra se a empresa está aumentando ou não sua capacidade de produção.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de investimento (FBCF/PIB) ficou em 16,3% no terceiro trimestre de 2019. No final de 2013, antes da recessão, que começou no segundo semestre de 2014, estava em 20,9%.

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