Os investimentos em máquinas e equipamentos no mês de novembro em relação a outubro tiveram uma queda de -4%. Repetindo a situação de outubro sobre setembro quando caiu – 5,9%.
Em relação ao mês de novembro de 2018, a queda foi ainda mais acentuada, na ordem de -6,7%.
Os investimentos em máquinas e equipamentos compõem o Indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – que mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, ou seja, aqueles bens que servem para produzir outros bens. São basicamente máquinas, equipamentos e material de construção.
Os resultados da pesquisa foram publicados pelo Ipea na segunda-feira (13).
Se as empresas, e especialmente as outras dos diversos ramos da indústria, estão com as compras ou encomendas contidas ou se reduzindo, significa que não está havendo expansão ou mesmo reposição da capacidade de produção da indústria em geral ou de atendimento dos setores do comércio e de serviços.
O indicador é composto ainda pelos investimentos no segmento da construção civil e no que o estudo identifica como investimentos no segmento de “outros ativos fixos”.
A FBCF englobando os três segmentos aponta um recuo de 1% na comparação entre os meses de novembro e outubro de 2019, na série com ajuste sazonal, devido principalmente aos -4% de máquinas e equipamentos na mesma comparação.
Na comparação com novembro de 2018, a FBCF também foi negativa em 1,8%. Novamente por conta da retração dos investimentos em máquinas e equipamentos, que na mesma comparação teve queda de 6,7%.
No acumulado em doze meses a FBCF desacelerou, com a redução taxa de crescimento de 2,6% para 2,1%.
Não há nada nesses números que referende a defesa que o governo Bolsonaro faz de uma retomada do crescimento econômico. Nem mesmo que seja lento como sempre procuram justificar a miséria de zero alguma coisa ou 1% e uma coisinha de melhoria.
Os resultados específicos para a construção civil e outros ativos fixos indicados pela pesquisa repetem a mesma estagnação dos investimentos em máquinas e equipamentos.
O indicador do segmento da construção civil teve + 0,5% em novembro em relação a outubro, resultado que sucedeu uma queda de -1% de outubro sobre setembro, na série dessazonalizada. No acumulado em doze meses, o setor registrou um pífio + 0,4% em novembro e observe-se que foi o primeiro resultado positivo desde julho de 2014 nessa base de comparação.
Espelha bem o travamento da construção no último ano, a rigor há pelo menos três anos.
Os “outros ativos fixos”, apresentaram uma variação de + 0,4% na passagem de outubro para novembro, e um percentual de +3,9% em relação a novembro de 2018, sendo que este segmento em termos de valores é de pequena expressão frente aos outros dois segmentos.