
“Reafirmo que não há inclusão social duradoura sem parque industrial robusto”, afirmou o vice-presidente no lançamento da Fragata “Jerônimo de Albuquerque”, em porto de Itajaí (SC)
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou o esforço nacional de “fortalecer a soberania marítima e ampliar os pilares do desenvolvimento do país”.
Na sexta-feira (8), ao participar do lançamento da Fragata “Jerônimo de Albuquerque”, a segunda do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), no porto de Itajaí (SC), Alckmin destacou o papel estratégico da indústria naval para a soberania e o desenvolvimento do Brasil.
“Reafirmo que não há inclusão social duradoura sem parque industrial robusto. Tampouco indústria é forte sem investimento contínuo em ciência e tecnologia. A indústria naval, para além de sua importância estratégica, impulsiona o desenvolvimento regional, amplia a oferta de empregos de alta complexidade e fomenta negócios de base tecnológica”, ressaltou.
O vice-presidente acentuou ainda o fato de a indústria de defesa gerar impactos positivos em outros setores, como o agronegócio, a saúde, a energia e a economia digital. “Investir em soberania reverbera, portanto, em inovação transversal e em geração de riqueza para o povo brasileiro”, disse.
“Navios construídos em território nacional posicionam o Brasil como fornecedor de soluções integradas em construção, capacitação e suporte tecnológico, abrindo caminhos para novas parcerias e para uma pauta exportadora de maior valor agregado”, afirmou.
Alckmin lembrou que o programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) está ligado à Missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), voltada para a Defesa e que programas como o PCTF consagram um ciclo produtivo que agrega valor a toda a cadeia da construção naval brasileira, gerando empregos qualificados e estimulando a pesquisa aplicada.
Na cerimônia, Alckmin celebrou a construção em solo brasileiro como oportunidade de ampliar as exportações.
O ministro da Defesa, José Múcio, declarou que a construção da fragata não só impulsiona a defesa nacional como abre caminho para dar robustez à balança comercial brasileira, com a venda de embarcações para nações amigas.
“Em julho deste ano, alcançamos novo recorde das exportações autorizadas de produtos de defesa. Alcançamos US$ 2 bilhões de dólares até julho. Isso mostra a força da nossa indústria sob atual gestão e nos faz abrir novos horizontes para crescer ainda muito mais”, afirmou Múcio.

O comandante da Marinha do Brasil, almirante Marcos Sampaio Olsen, avaliou a importância de investir na defesa do país diante do cenário internacional atual, quando certas potências em declínio insistem em tentar impor unilateralmente seu domínio. “Em meio ao reordenamento das esferas de influência e acirramento da rivalidade entre atores soberanos, a afirmação do poder naval ressurge como imperativo incontornável”, disse.
O comandante fez um discurso voltado na defesa da soberania nacional e a importância de manter as estruturas da Marinha atualizadas. “A conjuntura internacional manifesta-se sobre a volatilidade geopolítica e progressivo esgarçamento das estruturas normativas”.
BATISMO
O evento seguiu a tradição naval com o batismo da embarcação, realizado pela esposa do vice-presidente, Dona Lu Alckmin, que se tornou a madrinha oficial da Fragata “Jerônimo de Albuquerque” ao quebrar uma garrafa de espumante no casco.
Alckmin agradeceu a homenagem em nome de sua família e relembrou a carreira de seu pai como oficial das Forças Armadas.
A Fragata Jerônimo de Albuquerque tem como missão ajudar a proteger os mais de 5,7 milhões de km² da Amazônia Azul, atuando no combate à pirataria, pesca ilegal e outras ameaças, além de realizar operações de busca e resgate.
A construção do navio, iniciada em novembro de 2023, representa um avanço tecnológico, com o uso de gêmeos digitais e um avançado Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS), o “cérebro” do navio.
Incluído no Novo PAC, o Programa Fragatas Classe Tamandaré é gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) e executado pelo consórcio Águas Azuis, formado pelas empresas Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech. A construção das fragatas envolve cerca de mil empresas, com projeção de mais de R$ 4,8 bilhões de conteúdo local e geração de 23 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.
Com informações da Agência Gov e de Paulo César da Luz, do ND+