
A indicada para número 2 do Ministério da Educação anunciou nesta sexta-feira (22) que não mais faz parte da pasta. Iolene Lima foi indicada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez como secretária-executiva do Ministério da Educação há pouco mais de uma semana.
Foi grande a reação do público a um vídeo em que Iolene prega que a educação somente com base na Bíblia. Em entrevista no programa “Feliz Cidade”, da TV Band, em 2014, Iolene, a ex-nova secretária-executiva do MEC, afirmou que uma “educação baseada em princípios é uma educação baseada na palavra de Deus. Onde a Geografia, a História, a matemática, vai ser vista sob a ótica de Deus”.
“Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC”, postou ela em sua conta no Twitter .
Seu nome sequer saiu no Diário Oficial. No entanto, ela acompanhou o ministro Vélez Rodríguez em compromissos públicos, entre eles quando o ministro foi a Suzano prestar solidariedade às vítimas do ataque a tiros em uma escola.
Em três meses, Iolene Lima foi o terceiro nome indicado para o cargo no MEC, envolvido numa guerra interna. O primeiro foi Luiz Antonio Tozi. Depois foi anunciado Rubens Barreto da Silva que nem chegou a assumir e foi descartado.
Vélez Rodriguez foi indicado pelo dublê de astrólogo, escritor e autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, que emplacou no ministério outros dos seus discípulos. Militares também foram indicados para vários postos na pasta. Olavo se indispôs com Vélez e alguns militares. Para tentar acabar com a guerra interna e atender seu mentor Olavo de Carvalho, Bolsonaro mandou Vélez demitir todo mundo. O secretário executivo do MEC Luiz Antonio Tozi, um dos alvos dos olavistas, foi o último a ser demitido.
Mas o conflito interno não acabou, continua. A nomeação de Iolene foi logo contestada e a Casa Civil, de Onyx Lorenzoni, barrou a nomeação.
Vélez, desde que assumiu o MEC, coleciona problemas e polêmicas. Uma delas foi uma carta enviada às escolas com o slogan de campanha do Bolsonaro e com o pedido de filmagem de menores. Também rotulou os brasileiros turistas como “canibais” no exterior, que roubam objetos dos hotéis onde se hospedam.
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