
Com alta em energia elétrica – o maior impacto no índice – e medicamentos, prévia da inflação de maio fica em 0,36%. Grupo alimentação e bebidas desacelerou de 1,14% para 0,39%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,36% em maio deste ano, ficando 0,07 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de abril (0,43%). Com esse resultado, este é o terceiro mês consecutivo em que o índice prévio da inflação oficial apresenta desaceleração. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27). Em maio de 2024, o IPCA-15 foi de 0,44%.
O maior impacto positivo (0,06 ponto percentual) veio da energia elétrica residencial, que registrou variação de 1,68% influenciada pela mudança na bandeira tarifária de verde para amarela, apontou o IBGE. Em Saúde e cuidados pessoais (0,91%), o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (1,93%), reflexo da autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Já o grupo alimentação e bebidas desacelerou de 1,14% para 0,39%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,80% e, em 12 meses, 5,40%, o que é abaixo dos 5,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Em maio, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram aumentos, com destaque para Vestuário, com uma alta de 0,92%, seguido de Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%). Por outro lado, o alívio veio por Transportes e Artigos de residência, que registraram deflação no mês, ao marcarem quedas de -0,29% e 0,07%, respectivamente.
As demais variações ficaram entre o 0,09% de Educação e o 0,50% de Despesas Pessoais. Veja o IPCA-15, por grupo, seguir:
- Vestuário: 0,92%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,91%;
- Habitação: 0,67%;
- Despesas pessoais: 0,50%;
- Alimentação e bebidas: 0,39%;
- Comunicação: 0,27%;
- Educação: 0,09%.
- Transportes: -0,29%;
- Artigos de residência: -0,07%.
Outro dado importante veio do grupo alimentação. Entre as nove classes de preços de produtos e serviços pesquisados, o grupo Alimentação (com maior peso no índice geral) foi um dos que mais desaceleraram entre abril para maio (de 1,14% para 0,39%),
O grupo Alimentos, considerado um dos mais voláteis entre os nove grupos de despesas avaliados pelo IBGE, vem desde o ano passado pressionando o IPCA, por fatores de clima e pela valorização pontual de algumas commodities agrícolas no mercado internacional, que são elementos que não podem ser atingidos pela política monetária contracionista do Banco Central (BC).
Apesar da inflação no Brasil estar sinalizando arrefecimento, o BC diz que vai seguir com os juros em níveis escorchantes “por um período mais prolongado no país”. Ontem, o relatório Focus do BC mostrou que os bancos seguem projetando que a taxa básica de juros (Selic) deve encerrar 2025 em 14,75%, o mesmo nível que a taxa se encontra hoje.
O objetivo do BC é derrubar com o crescimento econômico e a criação de empregos no país – via restrição do crédito e da demanda de bens de consumo e serviços -, com o pretexto de convergir a inflação à meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
“Temos reforçado que com as expectativas [do mercado financeiro] desancoradas e com o cenário que estamos assistidos, e até com o histórico mais recente, faz sentido a gente permanecer com estes juros num patamar restritivo e com tempo mais prolongado do que usualmente costuma praticar, afirmou o presidente do BC Gabriel Galípolo, recentemente.