Maior variação (1,02%) e o maior impacto (0,22 p.p.) no índice de inflação em janeiro vieram do grupo Alimentação e bebidas
A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 0,25% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (09). Mais uma vez, o preço dos alimentos teve grande peso na média, com aumento de 1,02% no mês. Em dezembro, os preços gerais já haviam subido 1,35%.
Em 12 meses, adicionado o resultado de janeiro, o IPCA passou a acumular alta de 4,56% – acima dos 4,52% observados no mês anterior.
O item alimentos e bebidas pesa em quase 50% na composição do índice. A categoria “alimentos para consumo no domicílio”, que registrou aumento de 2,12% no mês anterior, voltou a subir 1,06% em janeiro. A alimentação fora do domicílio passou de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro. Os destaques de alta entre os alimentos no mês de janeiro foram cebola (17,58%) e tomate (4,89%).
Em 2020, ano marcado pela pandemia e por recordes no desemprego, a pressão dos alimentos no IPCA foi 14,09%, tornando ainda mais difícil a vida das famílias brasileiras. Esse foi o maior aumento em 18 anos.
Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, 26 milhões de brasileiros passaram a viver com apenas R$ 8,00 por dia, uma renda per capita de até R$ 250 por mês . Os supermercados já registraram em janeiro queda na venda de produtos básicos, como feijão, arroz, carne e óleo de soja, que apesar de ter um leve recuo em janeiro (-1,08%), acumulou alta de 103,79% em 2020.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas), em janeiro, o preço da cesta básica chegou a ultrapassar R$ 650,00 em algumas capitais do país (aumento de 3,5% sobre o mês anterior). Em São Paulo, por exemplo, o conjunto de alimentos básicos para uma pessoa adulta chegou a R$ 654,29 – chegando a consumir 64,29% do salário mínimo vigente.
De acordo com o IPCA, a desaceleração da inflação verificada em janeiro na comparação com dezembro foi puxada pela queda na energia elétrica, que compõe o grupo Habitação, por conta da mudança da bandeira. Por outro lado, o gás de cozinha , essencial para a alimentação das famílias, teve o maior impacto no grupo (3,19%), cujos preços subiram pelo oitavo mês consecutivo.