Com alta em energia elétrica, inflação foi de 0,48% em setembro, após deflação no mês anterior
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou em alta de 0,48% em setembro deste ano, informou o IBGE nesta quarta-feira (9). Em agosto, o indicador oficial de inflação do Brasil havia registrado deflação, queda de -0,11%.
Em setembro, houve queda nos preços da alimentação e bebidas (-0,26%) – o quarto recuo mensal consecutivo –, em artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%). No entanto, esses resultados não puderam superar a pressão do grupo Habitação sob o IPCA, que no mês teve a maior variação (2,97%) e o maior impacto (0,45 p.p) no índice geral .
Em habitação voltou a pesar os preços de energia, que subiram 10,31% em setembro, tendo o principal impacto individual no índice do mês (0,41 p.p.). Esse aumento veio após o fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
Segundo o IBGE, excluindo o efeito da energia elétrica, a inflação teria subido apenas 0,08% em setembro deste ano.
A conta de energia vem sendo fortemente impactada pelas bandeiras tarifarias da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em setembro, o órgão manteve em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2 (a mais cara de todas), adicionando R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.
Além disso, a agência autorizou novos aumentos tarifários: 18,62% em São Luís (alta no mês: 27,30%), a partir de 28 de agosto; 15,32% em Vitória (12,37%), a partir de 7 de agosto, e 4,25% em Belém (8,05%), a partir de 7 de agosto.
Em 12 meses, os preços da energia subiram 10,64%, representando um impacto de 0,44 p.p. no IPCA, que acumula no período alta de 5,17%. No acumulado do ano (até setembro), o IPCA varia em alta de 3,64%, intervalo que os preços de energia subiram 16,46%.
O IPCA de setembro veio abaixo das projeções dos analistas de “mercado”, que projetavam alta de 0,52% em setembro, e alta de 5,22% no acumulado de 12 meses.
A expectativa de inflação para 2025 voltou a cair, de 4,81% para 4,80%, na semana passada, com os bancos pressionado para que o Banco Central (BC) mantenha o nível da Selic (taxa básica de juros) em 15% no final deste ano.
No entanto, já está mais do que na hora do BC, chefiado por Gabriel Galipolo, cortar os juros.
A inflação está controlada. Considerando o Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento e quedas de preços num período, a inflação se espalhou menos entre agosto e setembro, caiu de 57% para 52%.
No período, o índice de produtos alimentícios subiu de 47% para 48%, enquanto os não alimentícios recuaram 65% para 56%.
Além disso, na passagem de agosto para setembro, a inflação de Serviços desacelerou, de 0,39% para 0,13%.
Resultados do IPCA de setembro, por grupos:
Alimentação e Bebidas: -0,26% (impacto de -0,06 p.p no IPCA)
Habitação: 2,97% (0,45)
Artigos de residência: -0,40% (-0,01)
Vestuário: 0,63% (0,03)
Transportes: 0,01% (0,00)
Saúde e cuidados pessoais: 0,17% (0,02)
Despesas pessoais: 0,51% (0,05)
Educação: 0,07% (0,01)
Comunicação: -0,17% (-0,01)