A gasolina exerceu o maior impacto individual no índice do mês. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta no mês. A gasolina, em particular, exerceu o maior impacto individual no índice do mês
Com novos avanços nos custos de energias, como combustíveis e eletricidade, e da alimentação, a inflação fechou em alta de 0,41% em novembro, de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, divulgado nesta sexta-feira (9). No ano, o IPCA acumula alta de 5,13% e, nos últimos 12 meses, de 5,90%.
No mês passado, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto, sete tiveram alta: Transportes (0,83%), Alimentação e bebidas (0,53%), que tiveram os maiores impactos no índice, com 0,17 p.p. e 0,12 p.p., respectivamente, e juntos contribuíram com cerca de 71% do IPCA de novembro; Vestuário (1,10%), Habitação (0,51%), Despesas pessoais (0,21%), Saúde e cuidados pessoais (0,02%) e Educação (0,02%). Artigos de residência (-0,68%) e Comunicação (-0,14%) foram os grupos que registraram deflação no período.
No grupo Transportes, a alta de 0,83% veio na esteira do aumento dos combustíveis (3,29%), que havia apresentado queda de 1,27% em outubro. De acordo com o IBGE, no décimo primeiro mês de 2022, mesmo com os cortes de imposto ainda vigentes, os preços da gasolina avançaram 2,99%, do óleo diesel subiu 0,11% e do etanol teve um aumento de 7,57%.
Além dos aumentos dos preços dos combustíveis que são atrelados ao dólar e à especulação dos preços internacionais do petróleo, outra matriz energética que subiu no período foi a energia elétrica residencial (0,56%), que impactou para alta registrada no grupo habitação (0,53%), além do aumento do aluguel residencial (0,80%).
A redução artificial nos preços dos combustíveis feita pelo governo Bolsonaro por meio de cortes de impostos federais e do ICMS dos Estados, além de queda dos preços do petróleo nas bolsas internacionais no período, que resultou na deflação que foi vista nos meses de julho a setembro, perdeu seus efeitos já no mês de outubro com a retomada do avanço nos preços do petróleo e seus derivados no mercado internacional.
Mesmo assim, este período curto de deflação só chegou para as classes sociais mais abastadas deste país. A infernal carestia dos alimentos prevaleceu assombrando o bolso dos assalariados e tirando alimentos básicos da mesa das famílias mais pobres do país. Há pelo menos 9 meses que a inflação dos alimentos supera o índice geral de inflação nacional no acumulado de 12 meses.
Em novembro, a alta no grupo Alimentação e bebidas (0,53%) veio pelos alimentos para consumo no domicílio (0,58%), puxados principalmente pelas variações de altas da cebola (23,02%) e do tomate (15,71%), cujos preços já haviam subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Além disso, houve alta nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%). A variação da alimentação fora do domicílio (0,39%) ficou abaixo do mês anterior (0,49%). Enquanto a refeição desacelerou de 0,61% em outubro para 0,36% em novembro, o lanche seguiu caminho inverso, passando de 0,30% para 0,42%.
No acumulado de 12 meses (até novembro), o grupo Alimentação e bebidas registra alta de 11,84%. Já a alimentação no domicílio está em 13,32%. Destaca-se ainda, que dos 180 produtos alimentícios pesquisados, mais de 80 apresentaram altas acima dos 10%, superando em léguas os 5,90% registrados pelo índice geral de inflação nacional no acumulado de 12 meses.