Principais alívios inflacionários no mês vieram dos grupos alimentação e habitação
Quedas nos preços dos alimentos e da energia elétrica representaram um alívio para a renda dos mais pobres em julho. O Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) registrou deflação de 0,28% para o segmento familiar de renda muito baixa. Em movimento contrário, os reajustes nos preços dos combustíveis e passagens aéreas elevou a inflação para os mais ricos, grupo para o qual os preços tiveram avanço de 0,50% de junho para julho.
No mês passado, os principais alívios inflacionários vieram da redução dos preços dos alimentos para consumo no domicílio e das tarifas de energia elétrica que tiveram impacto sobre os grupos de Alimentação e Habitação. Ambos têm grande participação no orçamento dos mais pobres.
“No caso de alimentos e bebidas, a queda expressiva dos preços dos alimentos no domicílio, especialmente em itens importantes como cereais (-2,2%), carnes (-2,1%), aves e ovos (-1,9%) e leites e derivados (-0,89%), possibilitou uma forte descompressão sobre os índices de inflação, sobretudo para as famílias com rendas mais baixas, dado o peso desses itens nas suas cestas de consumo”, diz a Carta de Conjuntura do Ipea.
No grupo habitação, “o recuo de 3,7% das tarifas de energia elétrica gerou uma forte contribuição negativa à inflação, especialmente para os segmentos de menor poder aquisitivo”. “Por fim, ainda que em menor intensidade, as deflações de 0,18% das roupas e de 0,47% dos calçados também proporcionaram um alívio inflacionário, em julho, para todas as faixas de renda”, concluiu.
Na direção contrária, o reajuste de 4,8% da gasolina e das passagens aéreas, além do aumento de 0,78% dos planos de saúde, tiveram como resultado a alta de 0,50% da inflação para as rendas mais altas.
Com os resultado apresentados na terça-feira (15), a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em julho foi de 5,09% para faixa de renda alta e de 3,44% na faixa de renda muito baixa. O Ipea aplica o indicador da inflação oficial a seis faixas de renda familiar, com variações que vão de renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76.