
O presidente dos EUA, Donald Trump ameaçou o Irã através de mensagem em sua conta no Twitter neste domingo (22), dirigida ao presidente iraniano Hassan Rouhani afirmando que “Nunca mais voltes a ameaçar os EUA ou sofrerás consequências que muito poucos sofreram ao longo da história. Já não somos um país que suporta tuas palavras dementes de violência e morte. Tome cuidado!”, escreveu o presidente dos EUA.
A mensagem foi publicada pouco depois que o presidente Rouhani advertiu ao governo dos EUA de que “não brincasse com o rabo do leão” pois um conflito com o Irã seria “a mãe de todas as guerras. Você nos declara guerra e em seguida nos fala de sua vontade de apoiar o povo iraniano”, afirmou o presidente do Irã em uma reunião com diplomatas iranianos divulgada pela TV estatal.
Devido às novas sanções impostas unilateralmente pelos EUA as exportações de petróleo do Irã poderiam ter uma redução de dois terços até o final do ano, a pretensão dos EUA era embargar totalmente as exportações de petróleo iraniano, exigindo que os países deixassem de comprar ao país persa.
Rouhani explicou que o Irã controla o Estreito de Ormuz e poderia fechar esse ponto estratégico por onde passa 30% do petróleo transportado por via marítima a nível mundial. O Ayatola Ali Khamenei, líder espiritual do país, apoiou a proposta do presidente do Irã de bloquear as exportações de petróleo no Golfo Pérsico no caso das exportações iranianas virem a ser suspensas pelas pressões norte-americanas.
Nesta segunda-feira (23) o chefe da milícia iraniana, Basij, afirmou que “as ameaças de Trump constituem-se em guerra psicológica” e que os EUA “não estão em condições de atuar contra o Irã”. E o ministro da Defesa, Amir Hatami, assegurou que “os dirigentes dos EUA e seus aliados regionais só entendem a linguagem da força, por isso não há outro caminho que não seja uma ameaça decisiva. Os inimigos creem que podem privar o povo iraniano de seus recursos, porém resistiremos com toda nossa capacidade contra os que tentam nos intimidar”, disse Hatami à agência IRNA e acrescentou: “Não nos daremos por vencidos, mas ao contrário, defenderemos com toda nossa capacidade os interesses vitais da República Islâmica e o bem-estar do povo iraniano.”, finalizou.
Trump, depois que se retirou do Acordo Nuclear com o Irã, tem aumentado as pressões econômicas e provocações políticas contra o país persa, restabelecendo novas sanções a partir de agosto. Contrária a essa decisão dos EUA a União Europeia prefere manter as relações comerciais com o Irã em sintonia com a vontade do governo iraniano.
Mike Pompeo, Secretário de Estado norte-americano disse à imprensa que “mais sanções virão.” Uma afronta ao Irã, à União Europeia e a toda a comunidade internacional favorável ao acordo nuclear que deixou Israel e o belicista Netanyahu feliz da vida.
R.C.